Subalterno

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Antonio Gramsci cunhou o termo subalterno para explicar o status socioeconômico do “nativo” em uma colônia imperial.

O termo subalterno foi cunhado pelo filósofo marxista italiano Antonio Gramsci para identificar a hegemonia cultural que exclui pessoas e grupos sociais específicos das instituições socioeconômicas de uma sociedade, a fim de negar sua agência e vozes na política colonial. Nos estudos pós-coloniais e na teoria crítica, o termo é utilizado para designar as populações coloniais que foram excluídas (social, política e geograficamente) da hierarquia de poder de colônias e centros imperiais. Os termos subalterno e estudos subalternos entraram para o vocabulário dos estudos pós-coloniais por meio das obras do Grupo de Estudos Subalternos. Este grupo, composto por historiadores, buscou explorar o protagonismo histórico de homens e mulheres comuns, das classes sociais subalternas, isto é, das classe sociais "de baixo", em vez de re-explorar os papeis das elites sociais e econômicas na história da Índia.[1]

Como método de investigação científica, de análise do papel político das populações subalternas, a teoria da história de Karl Marx apresenta a história colonial desde a perspectiva do proletariado e a partir da concepção de que asclasses sociais são determinadas pelas relações econômicas de uma sociedade. Desde a década de 1970, o termo subalterno denotava os povos colonizados do subcontinente indiano, via uma história imperialvista de baixo, isto é, desde a perspectiva dos povos colonizados daquele território e não dos colonizadores provenientes da Europa Ocidental. Na década de 1980, o método de investigação histórica dos Estudos Subalternos foi aplicado à historiografia do sul da Ásia.

Como um método de discurso intelectual, o conceito de subalterno originou-se como um método eurocêntrico de investigação histórica sobre os povos não-ocidentais (da África, Ásia e Oriente Médio) e sua relação com a Europa Ocidental, entendida como o centro da história mundial. Os Estudos Subalternos se tornaram uma linha de pesquisa histórica sobre a experiência dos subalternos face ao colonialismo no subcontinente indiano.[2]

  1. David Ludden (ed) Reading Subaltern Studies: Critical History, Contested Meaning and the Globalisation of South Asia. Delhi: Permanent Black, 2003.
  2. Prakash, Gyan. "Subaltern Studies as Postcolonial Criticism", The American Historical Review, December, 1994, Vol. 99, No. 5, pp. 1475–1490, and p. 1476.