Morte de Mary Reeser

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Mary Reeser
Morte de Mary Reeser
Mary em 1947
Nome completo Mary Hardy Reeser
Conhecido(a) por Circunstâncias misteriosas de sua morte
Nascimento 8 de março de 1884
Columbia, Pensilvânia
Morte 2 de julho de 1951 (67 anos)
St. Petersburg, Florida
Causa da morte Desconhecida, porém aceita a hipótese da combustão humana espontânea

Mary Hardy Reeser (Columbia, 8 de março de 1884 - St. Petersburgo, 2 de julho de 1951) de São Petersburgo, Flórida, foi uma mulher cuja morte foi cercada de mistério e até mesmo relatada de forma controversa na época como sendo um caso de combustão humana espontânea (CHE).[1][2] Ela era frequentemente chamada de "senhora das cinzas" nos jornais da época.[3]

Morte[editar | editar código-fonte]

Por volta das 8h da manhã do dia 2 de julho de 1951, a proprietária do imóvel onde Reeser vivia, Pansy Carpenter, chegou ao apartamento de Reeser no número 1200 da rua Cherry St. NE, em São Petersburgo, Flórida, com um telegrama.[2][3] Ao tentar abrir a porta, ela descobriu que a maçaneta de metal estava desconfortavelmente quente ao toque e chamou a polícia. Os restos mortais de Reeser - que eram em grande parte um amontoado de cinzas - foram encontrados entre os restos de uma cadeira em que ela estava sentada.[1]

Detalhes[editar | editar código-fonte]

Tudo o que restou de Reeser, que contemporaneamente ficou conhecida como a "senhora das cinzas", foram parte de seu pé esquerdo (que usava calçado), sua coluna vertebral e seu crânio.[1][3] Objetos domésticos de plástico distantes do foco do incêndio amoleceram e perderam a forma. O crânio de Reeser sobreviveu e foi encontrado entre as cinzas, mas encolhido “ao tamanho de uma xícara de chá”, uma descrição contestada por um pesquisador de incêndios que estava em Bradenton para uma conferência na época e conseguiu ver a cena.[1][3]

Investigação e resultados[editar | editar código-fonte]

Em 7 de julho de 1951, o chefe de polícia de São Petersburgo, J. R. Reichert, enviou uma caixa de evidências do local ao então diretor do FBI, J. Edgar Hoover. Ele incluiu fragmentos de vidro encontrados nas cinzas, seis “pequenos objetos que se acredita serem dentes”, um pedaço do tapete e o sapato sobrevivente. Reichert incluiu uma nota dizendo: “Solicitamos qualquer informação ou teoria que possa explicar como um corpo humano pôde ser tão destruído e o incêndio confinado a uma área tão pequena e tão poucos danos causados à estrutura do edifício e os móveis da sala nem mesmo foram queimados ou danificados pela fumaça."[1][2]

Trabalhadores limpam a cena da morte de Reeser[1]

O FBI finalmente declarou que Reeser havia sido incinerada por conta do efeito pavio. Como ela era uma usuária conhecida de pílulas para dormir, levantaram a hipótese de que ela havia ficado inconsciente enquanto fumava um cigarro e que ateou fogo em sua roupa ao adormecer. “Quando o corpo começa a queimar”, escreveu o FBI em seu relatório, “há gordura e outras substâncias inflamáveis suficientes para permitir que ocorram quantidades variáveis de destruição. Às vezes, esta destruição por queima ocorrerá a um ponto que resulta na combustão quase completa do corpo."[2][3]

Ao ser entrevistada por um jornal local, a nora de Reeser disse: "o cigarro caiu em seu colo. Sua gordura era o combustível que a mantinha acesa. O chão era de cimento e a cadeira estava sozinha. Não havia nada ao seu redor para queimar".[1]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Mary Reeser nasceu em Columbia, Pensilvânia e se casou com Richard Reeser. Seu único filho sobrevivente, também chamado Richard Reeser, nasceu na Pensilvânia em 1910.[4] Ela foi enterrada no Cemitério Chestnut Hill, nos arredores de Mechanicsburg, Pensilvânia. Seu filho morreu em 1998, aos 88 anos.[5] Ele teve uma filha, Mary Carole, em homenagem à avó, que morreu em 2005.[6] Eles tiveram outra filha, Nancy, que morreu em 2021,[7] e outra, Martha Reeser Rice, que ainda está viva. A mãe deles morreu em 2008.[8]

Referências

  1. a b c d e f g Calise, Gabrielle (27 de outubro de 2019). «Spontaneous Combustion in St. Petersburg : The curious case of Mary Reeser.» 
  2. a b c d Blizin, Jerry (10 de novembro de 2009). «FBI said 1951 Death Wasn't 'Spontaneous Human Combustion,' but Mystery Persists». Tampa Bay Times. Consultado em 31 de maio de 2014. Arquivado do original em 1 de junho de 2014 
  3. a b c d e Jerry Blizin "No New Clues In Reeser Death; Debris Sent To Lab", St. Petersburg Times, 5 de julho de 1951, p.14
  4. 1930 US Census of Columbia, Lancaster County[ligação inativa] showing: "Richard Reeser age 55 b PA Physician, Mary wife age 45 b PA, Richard J son age 19 b PA"
  5. «Dr. Richard Reeser Jr., 88, former Mound Park Hospital staff chief». Tampa Bay Times (em inglês). Consultado em 19 de dezembro de 2023 
  6. «Obituary of Mary Carole Reeser | Anderson McQueen Funeral Homes». andersonmcqueen.com (em inglês). Consultado em 19 de dezembro de 2023 
  7. «Nancy Reeser Obituary (2021) - St. Petersburg, FL - Tampa Bay Times». Legacy.com. Consultado em 19 de dezembro de 2023 
  8. «Ernestine Reeser. Obituary - Death Notice and Service Information». Legacy.com (em inglês). 30 de abril de 2008. Consultado em 19 de dezembro de 2023