Santuário dos Grandes Primatas

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Santuário dos Grandes Primatas
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Geografia
País
Unidade federativa
Município
Área
0,06 km2
Coordenadas
Funcionamento
Estatuto
santuário de animais (en)
projeto
História
Fundação
Mapa

O Santuário dos Grandes Primatas é um santuário de animais privado[1] dedicado aos grandes primatas localizado na cidade de Sorocaba, no estado brasileiro de São Paulo, fundado no ano 2000.

Faz parte do Great Ape Project (com sigla GAP - Projeto dos Grandes Primatas, em português) e foi fundado por Pedro Ynterian, microbiólogo que presidia o GAP.[2]

Características e histórico[editar | editar código-fonte]

Instalado numa área verde de 55,66 ha (23 alqueires) da região do Éden, o Santuário abrigava em 2009 48 primatas, além de aves, sendo naquele ano o maior dos quatro santuários existentes no Brasil dedicados às espécies.[2]

Está localizado próximo à fábrica da Toyota, na altura do km 90 da Rodovia Castelo Branco.[3]

Casos notórios[editar | editar código-fonte]

Em 2019 o chimpanzé chamado Black, do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros de Sorocaba, teve sua transferência à instituição determinada por decisão judicial. A mudança contrariou manifestantes e funcionários do Zoológico, que fizeram uma corrente humana a fim de impedir a saída do caminhão que levava o animal; a decisão final do Tribunal de Justiça fundamentou-se especialmente na necessidade de interação com outros animais da própria espécie.[4]

O caso mais emblemático, entretanto, se deu com a transferência de Cecília, uma chimpanzé que obteve em 2016 um habeas corpus - medida incomum para um não-humano - da justiça Argentina, que já havia expedido medida igual para uma orangotango, um ano e meio antes. Cecília havia ficado sozinha após a morte do companheiro e o processo tivera início em 2014.[5]

Embora menos conhecido, o caso da orangotango "Sandra" teve um processo similar ao da Cecília, com decisão prolatada em outubro de 2015, e serviu de base para o pedido de habeas corpus posterior. Ambas as ações tiveram os mesmos autores, com início no mesmo período, e as duas primatas foram a seguir transferidas para santuários em cumprimento das decisões.[6]

Incidentes[editar | editar código-fonte]

Em 2017 um casal de chimpanzés conseguiu fugir das instalações e invadiram um sítio próximo, ocasião em que ficou-se sabendo que animais já haviam escapado anteriormente, sendo um deles em fevereiro daquele ano, quando uma mulher foi mordida por um chimpanzé. No ano anterior uma tratadora também havia sido atacada e ficado gravemente ferida.[3]

Em 2019 um vídeo mostrando um chimpanzé fumando cigarro no local foi divulgado nas redes sociais. Divulgado pela ativista Luisa Mell, a instituição relatou que o caso se tratou de uma invasão da propriedade por dois jovens. Em nota o abrigo informou que o "os autores cometeram crime ambiental de maus-tratos aos animais, fazendo-o inalar substâncias tóxicas nocivas ao seu organismo", além de colocarem as próprias vidas em risco.[1]

Referências

  1. a b «Vídeo mostra chimpanzé fumando cigarro em santuário de primatas de Sorocaba». Jornal Cruzeiro. 21 de agosto de 2019. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 14 de setembro de 2019 
  2. a b Lucas Munhoz (29 de junho de 2009). «Vereadores visitam Santuário de Primatas em Sorocaba». Câmara Municipal de Sorocaba. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 5 de abril de 2024 
  3. a b Natália de Oliveira (9 de outubro de 2017). «Chimpanzés fogem de santuário e invadem sítio em Sorocaba». G1 Sorocaba e Jundiaí. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2017 
  4. «Chimpanzé Black deixa o zoo de Sorocaba rumo ao Santuário dos Primatas». Jornal Cruzeiro. 6 de maio de 2019. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 1 de março de 2021 
  5. «Chimpanzé argentina 'Cecília' ganha habeas corpus e viverá em Sorocaba». Estado de Minas. 7 de novembro de 2016. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 8 de novembro de 2016 
  6. Ciméa Barbato Bevilaqua (2019). «Pessoas não humanas: Sandra, Cecília e a emergência de novas formas de existência jurídica». Scielo. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]