Wikipédia:Encontros/WikiNorte/2/Relatórios

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Meia dúzia de fotos. O relatório, só amanhã... Manuel Anastácio (discussão) 02h21min de 16 de Dezembro de 2007 (UTC)

Relatório - Gil[editar código-fonte]

Depois de duas tentativas frustradas, realizou-se o WikiNorte II, onde se discutiram diversos assuntos relacionados com a Wikipédia e não só. Alguns pontos abordados:

  • A Wikipédia e o matrimónio;
  • O português de Portugal e o português do Brasil - acordo ortográfico e a sua aplicação em Portugal, etc... (btw, sobre a entrada do acordo em vigor em Portugal: [1]);
  • Administradores inactivos;
  • Projecto Cabo Verde;
  • Babel;
  • Como trazer mais gente para a Wikipédia;
  • Projectos irmãos (Wikisource, Wikinews, etc.);
  • A possível criação de uma fundação Wikimedia Portugal;
  • Wikimania;
  • Conselhos sobre reversão/manutenção de artigos;
  • A esplanada e os cafés temáticos;
  • Como funcionam as Wikipédias de outras línguas;
  • Cantar os Parabéns a você num local público constitui uma violação dos direitos de autor (sim, presenciámos esse crime no restaurante onde almoçámos. Devíamos ter chamado a polícia Haha).
  • Outros assuntos.

Como se pode ver, este encontro foi muito produtivo. Por isso, já estamos a planear o próximo, lá pela Páscoa Alegre. Gil 17h29min de 16 de Dezembro de 2007 (UTC)

Waldir's report[editar código-fonte]

  • Mais uma vez, ficou provado que os wikipedistas (pelo menos os do norte) são linguistas natos. Passámos grande parte do tempo a discutir variações pt-BR/pt-PT, palavras inexistentes, acordos ortográficos, redireccionamentos impróprios...
  • Descobri que a World Wide Web em latim poderia ser "orbis larga cona"!... ou talvez não... na verdade, WWW = TTT. mas o facto é que nos rimos imenso com esta tirada...
  • A propósito desta conversa, tomei chaputa por latim (na verdade, era suposto ser cachupa...)
  • O Gil está bastante parecido com o Harry Potter... pelo menos foi o que achei :D
Eu, parecido com o Harry Potter?! Gil 18h01min de 16 de Dezembro de 2007 (UTC)
  • Várias ideias interessantes foram lançadas; em breve vão ser apresentadas à comunidade.
  • Apesar de sermos poucos (mas desta vez ninguém faltou! -- sem ter avisado previamente, pelo menos), o encontro foi um sucesso. Já foi marcado o WikiNorte 3 para Penafiel :D
Waldir msg 17h39min de 16 de Dezembro de 2007 (UTC)

Relatório sumário - João Sousa[editar código-fonte]

Foi o meu primeiro encontro e creio que era o único "desconhecido" entre os presente. Foi bom conhecer finalmente alguns dos estimados colegas wikipedistas, fomos poucos mas bons e ninguém faltou. Falou-se de muita coisa como já ficou resumido nos relatórios anteriores. Queria deixar aqui uma nota para relativamente ao meu agrado sobre o que me parece ser o empenho, o gosto e o pragmatismo com que todos os presentes no encontro participam neste projecto (em conjugação com as limitações decorrentes das vidas conjugais, profissionais e pessoais de cada um ). Com uma garrafa de bom vinho a língua solta-se e pelo menos eu fiquei com a sensação de que muito mais haveria a conversar, mas ficará para a próxima. De todas as coisas que falámos, parece-me que o mais importante foi a necessidade de arranjar formas simples de atrair cada vez mais gente válida para o projecto e de dá-lo a conhecer, pois todos o usam, mas poucos se apercebem do fácil que é participar. Vemo-nos em Penafiel, se não nos virmos antes. João Sousa DC 18h55min de 16 de Dezembro de 2007 (UTC) PS. Mais sobre a história do Happy Birthday aqui.

Relatório - Manuel Anastácio[editar código-fonte]

  • Fui o último a chegar, mas como já conhecia a maior parte dos presentes, ainda gritei do carro para não se irem embora sem mim. Mas reparei numa presença feminina, o que não estava previsto.
  • Começou-se por falar sobre a interferência do vício Wikipédia na vida conjugal. Não há memória de casais de Wikipedistas convictos (um dos elementos acaba quase sempre por desistir rapidamente), excepto um certo casamento virtual no chat da Wiki.pt que passou desapercebido à maioria dos presentes.
  • A caminho da destituída República da Cerveja, falou-se do meu latim macarrónico, e a minha proposta de Orbis larga conae para www, o que está eventualmente errado, mas também com uma certa possibilidade de estar certo... Se Pisces fuderunt conae significa, supostamente, "os peixes furaram as redes", parece-me que não devo andar muito longe da verdade, ainda que a wikipédia latina proponha Tela totius terrae.
  • O Waldir tem um boné autografado pelo Jimmy Wales (fotografia a carregar quando a tiver disponível neste computador);
  • O Waldir pediu um bife supostamente diferente do meu, mas, depois do jogo do descubra as diferenças, descobrimos que o meu tinha uma rodela de laranja e o dele uma rodela de limão.
  • O João Sousa compartilhou comigo uma garrafa da Fundação Eugénio de Almeida, o que deu azo a uma leve conversa sobre vinho, apesar de estarmos num restaurante onde supostamente se deveria beber cerveja. Chegou-se à conclusão que o artigo vinho precisa urgentemente de uma mãozinha.
  • O Manuel Sousa mostrou-se sempre um anfitrião impecável, conhecedor de cada recanto das duas margens do Douro.
  • O artigo água foi considerado prioritário.
  • Perante a impaciência de muitos dos presentes no que diz respeito à "lenta" construção da Wikipédia, fiz questão em frisar que considero que um artigo mau não é propriamente mau. Cheguei mesmo a dizer que gosto de artigos maus, porque nos convidam a pegar neles e a trabalhá-los. É essa a grande vantagem da Wikipédia, é isso que a distingue de todos os outros meios de comunicação da orbis larga coisa...
  • Considerou-se que todos os fairusistas deviam ir para o inferno... Na... Estou a brincar. Achámos apenas que deveriam ser todos empurrados pelo General Soult em direcção à Ponte das Barcas... Na... Estou a brincar. Foi apenas unânime que querer o Fair Use na Wikipédia é contrariar o objectivo deste projecto: é ignorar que a Wikipédia não serve para outra coisa que não seja participar (sem fim à vista) na construção de conteúdos livres e não no aproveitamento, legítimo ou não, de conteúdos não livres.
  • O Gil acha que pelourinhos não merecem artigo próprio. Eu e o Manuel Sousa discordamos. São monumentos nacionais, muitos deles com uma história que merece ser contada. Símbolos do poder autárquico, merecem tanta menção quanto uma bandeira ou um hino.
  • Comentou-se o nome "Panascal" dado a um barco ali presente. Falou-se de etimologia . Santo Isidoro de Sevilha acompanhou-nos por todo o percurso.
  • A mudança de dados estatísticos sobre localidades e clubes de futebol por parte de usuários ou de IPs que não justifiquem a mudança com referências bibliográficas verificáveis devem ser imediatamente revertidas, sem grande dispêndio de energia a tentar descobrir a verdade: mas convém avisar o usuário.
  • Os presentes têm, em geral, mais confiança em wikipedistas que assinam com o nome.
  • Falou-se sobre o mau uso (acrítico), feito por muita gente, da Wikipédia.
  • Falei da minha intenção em fazer uma acção de formação para professores, ensinando o que é a Wikipédia e como se deve usar.
  • Lamentou-se que o Hinkel não tenha vindo, já que estávamos ao lado das Caves do Vinho do Porto...
  • Falei com muito carinho da Jurema, talvez a mais antiga das Wikipedistas no activo.
  • Lamentou-se a falta da sobremesa do ETC que tanto marcou o primeiro Wikinorte.
  • O próximo Wikinorte ocorrerá em Penafiel, mas Viana do Castelo, Ponte de Lima e Braga foram considerados eventuais candidatos para o futuro.
  • O autor do elevador de Santa Justa foi Raoul Mesnier du Ponsard - que eu, inadvertidamente, transformei em Ponsardin - já a pensar no Champagne do Revilhão...
  • Comentou-se a obra escultórica de João Cutileiro, desde o São João do Porto, passando pelo pirilau do Parque Eduardo VII.
  • Perguntou-se pelo Luís Grave.
  • De muita mais coisa se falou. Mas o tempo é curto. E há artigos a editar. E vandalismos a reverter. Passemos, pois, ao trabalho voluntário-missionário (ah: considerou-se que editar a Wikipédia é melhor caridade que dar esmolas).
  • E por agora, é tudo. Manuel Anastácio (discussão) 00h55min de 17 de Dezembro de 2007 (UTC)

PS1: Ah! E cheguei à conclusão que aqueles que estão a votar a favor daquela vergonha dos administradores inactivos não sabem o que estão a votar... Manuel Anastácio (discussão) 08h01min de 17 de Dezembro de 2007 (UTC)

Relatório de Manuel de Sousa[editar código-fonte]

Parece que me descuidei e fiquei para último! E o problema de ficar para último é que já está tudo (ou quase tudo) dito... Seja como for, aqui vão algumas ideias:

Gostei muito que o segundo WikiNorte tivesse lugar nas margens do Douro. Tendo o primeiro sido na cidade-berço, pareceu sequência lógica que o segundo fosse no local que deu nome a Portugal. Se calhar, corrigir-me-ia o Luís Filipe Menezes dizendo que o encontro foi em Gaia e não no Porto. Pois em relação a esta matéria – a localização primeira de Portucale – não há unanimidade dos historiadores. Durante muito tempo, muito bom especialista defendeu acerrimamente que Cale ou Portus Cale era na margem esquerda do rio. Intervenções arqueológicas das últimas duas décadas parecem fazer pender o fiel da balança para a margem direita, para o Porto. Mas, para que ninguém fique zangado, proponho uma partilha. É perfeitamente possível, e até provável, que Portucale tivesse sido dos dois lados. Porque este rio sempre uniu, mais do que separou, as populações das duas margens – maugrado pontuais arrufos contemporâneos dos alcaides de ámbalas cidades (desculpem-me o galeguismo, mas apeteceu-me...).

Acho que ninguém referiu, mas foi bom ter estado sol! Tudo teria sido mais tristonho se tivesse chovido. Mas não, esteve um dia de sol radioso. Frio, mas ensolarado.

Foi bom reencontrar o Waldir (que fui esperar a Campanhã), o Gil (que afinal é de Penafiel) e o Manel Anastácio (ribatejano, tornado minhoto). Foi bom conhecer o João (da Guarda, mas a viver no Porto há cinco anos) e a sua esposa (uma simpatiquíssima mexicana de sorriso aberto). Sentimos falta de outros, nomeadamente do Lgrave e do Antonius (perdidos em combate?) e, claro, do Dantadd...

Os assuntos falados durante o almoço foram os que os relatórios acima bem espelham. Para além do referido acima, lamentei o reduzido sucesso da Wikipédia em tétum, língua oficial de Timor-Leste, ao lado do português, na qual estive particularmente envolvido e exortei o Waldir à criação de uma Wikipédia em crioulo cabo-verdiano. Referi que o projecto e o portal do Grande Porto vão funcionando devagarinho, mas mais de 90% das iniciativas acabam por ser feitas por mim, apesar do projecto ter 26 wikipedistas inscritos.

Para não repetir o que foi dito por outros e, certamente, melhor do que eu seria capaz, centro o meu report no pequeno percurso que fizemos após o almoço.

Nesta época do ano os dias são curtos, pelo que não houve tempo para o Manel Anastácio ir à tirar umas fotos, nem sequer à Serra do Pilar. Saímos do Cais de Gaia e percorremos a beira-rio olhando o centro histórico do Porto, à esquerda, as incontáveis caves de vinho do Porto, à direita, naquela que é tida como a maior adega do mundo. Atravessámos o tabuleiro inferior da Ponte D. Luís e espantámo-nos com a grandeza desta, quando comparada com a ponte pênsil que a antecedeu (da qual sobrevivem os pilares que a sustentavam da parte do Porto), apesar de apenas 4 décadas separarem a construção de ambas. Lembrei que, na segunda metade do século XIX, o Porto viveu um período áureo de protagonismo no contexto nacional, conseguindo tirar o melhor partido do contributo decisivo que teve para a vitória da causa liberal (Cerco do Porto) e da rápida industrialização. Bem ilustrativo é o facto de, naquele tempo, os bancos terem, por regra, as suas sedes no Porto e apenas delegações em Lisboa. Como vão longe esses dias...

Passámos em frente ao D. Tonho, o restaurante do Rui Veloso, e detivemo-nos nas Alminhas da Ponte que lembram a tragédia da Ponte das Barcas, na qual milhares de pessoas pereceram, na sua fuga desordenada à frente das tropas napoleónicas. Não foi fácil, apreciar as Alminhas, ocultadas que estavam por uma sucessão de enormes guarda-sóis para que os turistas se podessem deleitar com as vistas do rio. Pobre povo que alegremente troca a preservação da memória por uma banal esplanada...

Decidimos voltar as costas ao rio e embrenharmo-nos pelas vielas do Bairro da Lada e do Barredo, passando sob os arcos abertos no tramo ribeirinho das Muralhas Fernandinas, numa tentativa de imitar as londrinas galerias Adelphi. O original acabou por ser demolido para dar lugar ao Victoria Embankment, mas a réplica portuguesa perdura!

Particular atenção mereceu a placa da "Rua dos Canastreiros" ("rua" com não mais de um par de metros de largura...), uma vez que, todos sabemos, as canastras eram, podemos dizer, sucedâneos artesanais das actuais panelas...

Detivemo-nos, por instantes, na Praça da Ribeira, confrontado a frente medieval da praça, a nascente, com o racionalismo pombalino dos Almadas, a norte e a poente. O que salvou as toscas casas e, de certa forma, o que salvou todo o miolo medieval do centro histórico do Porto foi a endémica pobreza do país que condenou a um semi-fracasso todos os grandiosos planos de higienização e de monumentalização da cidade.

Seguimos pelo Cimo do Muro, isso mesmo, pelo caminho construído em cima do tramo ribeirinho das muralhas, até ao Largo do Terreiro, onde ainda subsistem diversos consulados, nomeadamente de países escandinavos, lembrando-nos que este já foi um local central da cidade. Subimos a Rua da Alfândega e fomos à chamada Casa do Infante, antiga alfândega e casa da moeda e onde, segundo a tradição, terá nascido o Infante D. Henrique. Integrando as descobertas arqueológicas efectuadas do local, nomeadamente algumas estruturas romanas pré-existentes, construiu-se um interessante núcleo museológico, que pudemos visitar. Gratuitamente, visto que os museus municipais são gratuitos durante os fins-de-semana. Animações 3D, mapas, imagens da época e diversas peças expostas, contam-nos a história do edifício e da zona circunvizinha durante a Idade Média e Moderna. Mereceu-nos particular atenção a maqueta do Porto medieval, onde a cidade nos surge muito campestre e rodeada pelas muralhas fernandinas e, a zona da , pela Cerca Velha. Conhecemos, assim, um pouco da história do Porto.

Saímos da Casa do Infante em direcção ao rio, e viemos pelo Cais da Estiva, tendo ainda tempo de dar uma espreitadela ao Postigo do Carvão, única porta das muralhas medievais do Porto que sobreviveu até aos nossos dias. Todas as outras se localizavam em zonas de grande passagem e foram sendo demolidas à medida que o desenvolvimento da cidade ia exigindo.

Já no lusco-fusco regressámos à outra margem e despedimo-nos, prometendo novo encontro para Penafiel, provavelmente por alturas da Páscoa.

E está feito o meu report. Já estou cansado de escrever... Um abraço a todos, Manuel de Sousa (discussão) 00h54min de 20 de Dezembro de 2007 (UTC)


P.S. - Esqueci-me de referir que contei a "Lenda de Gaia" ao João e à esposa, a propósito do pormenor do tocador de corneta no cimo da torre do castelo do brasão do concelho de Vila Nova de Gaia, exposto na frontaria do Mercado Municipal da Beira-Rio. Trata-se do rei Ramiro, o primeiro a intitular-se Rex terræ portugalensis. Quem quiser conhecer a lenda, pode lê-la aqui.