A Partilha (teatro)

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A Partilha
Autoria Miguel Falabella
Direção Miguel Falabella
Enredo
Gênero comédia dramática
Personagens Selma
Regina
Maria Lúcia
Laura
País  Brasil
 Nota: Se procura pelo filme brasileiro, veja A Partilha.

A Partilha é uma peça escrita e dirigida por Miguel Falabella, em 1990, a peça ficou em cartaz por seis anos.[1] Chegando a cerca de 12 países.[2]

No pequeno Teatro Cândido Mendes, onde foi a estreia, o cenógrafo transforma rapidamente o ambiente de uma capela mortuária em um apartamento de Copacabana, onde se dá início ao conflito das irmãs. O crítico Lionel Fischer comenta o trabalho das atrizes: “Natália do Vale, cujo personagem é de uma frivolidade deliciosa, nasceu para participar desta montagem, e talvez seu desempenho possa ser considerado como o melhor de toda a sua carreira em teatro, que apesar de não ser longa é marcante”. Arlete Salles, que na interpretação da irmã parisiense divide as frases com ênfases nada previsíveis, realiza, na opinião do crítico, “um trabalho de atriz inesquecível”, de “notável senso de humor, presença cênica e domínio vocal”.

Considerando-o “o primeiro texto de maior fôlego de Miguel Falabella”, o crítico Macksen Luiz avalia que ele “conta com simplicidade uma história que mexe com a memória afetiva do espectador, utilizando-se do riso como uma arma infalível para desmascarar o triste mas belo sentimento humano de perseguir a felicidade”.

A peça foi escrita por Miguel, depois de uma ideia que a atriz Natália do Vale deu a ele, quando os dois atuavam como irmãos na novela O Outro, onde também atuava Arlete Salles, outra atriz da montagem original.

A comédia dramática de Miguel Falabella, continua sendo remontada, com novos elencos, há mais de dez anos. Atrizes como Yoná Magalhães, Rosamaria Murtinho e Thaís de Campos chegaram a substituir alguma vezes as do elenco original. A peça fez tanto sucesso que Miguel Falabella escreveu em 2000 a continuação, A Vida Passa e o filme A Partilha, em 2002.

Vinte e dois anos após ser encenada, a peça foi reexibida em 2012 com todo o elenco original, exceto Natalia do Vale que foi escalada para a novela Salve Jorge.[1][2] Para substituir Natalia do Vale, foi convidada a atriz Patrícia Travassos, que já revisou o papel anteriormente.[1][2]

Em março de 2024, foi anunciado o projeto de uma nova produção dirigida por Miguel Falabella com um elenco de atrizes pretas.[3] Em abril de 2024, foi anunciada a nova montagem da peça com estreia marcada para 07 de julho de 2024, em São Paulo. Estrelado por Adriana Lessa, Ilea Ferraz, Karin Hils e Luana Xavier. A produção abrirá as celebrações do Julho das Pretas, que culmina na comemoração do Dia da Mulher Afrolatino-americana, Afro Caribenha e da Diáspora, no dia 25.[4]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Após muito tempo afastadas, quatro irmãs se reencontram durante o enterro da mãe, para fazer um levantamento dos bens da família e rediscutir suas próprias vidas.[1] As divergências são inevitáveis, pois elas seguiram caminhos muito diferentes: Selma, a irmã mais conservadora, está casada com um militar e leva uma vida disciplinada na Tijuca; Regina, é liberada, esotérica, não costuma se reprimir e tem uma visão "alto astral" da vida; Maria Lúcia (Marilu) abandonou um casamento convencional e o filho para viver um grande amor em Paris; e Laura, a caçula, revela-se uma intelectual sisuda e surpreende as irmãs com suas opções. Durante o encontro, elas discutem e brigam mas, ao mesmo tempo, relembram os bons tempos passados e descobrem muitas novidades sobre elas mesmas. Vivem intensamente suas afinidades, seus problemas e suas diferenças.

Com argumento simples, a peça se inicia com esse encontro da quatro irmãs.[1] A divisão da herança motiva um mergulho no passado e uma discussão sobre os episódios retidos na memória de cada uma. O conflito, que as diferencia e divide num jogo competitivo que abre espaço à crueldade, permite que ao final se retome a unidade. A sutil separação entre os sentimentos e sua expressão social faz com que a crítica veja no texto de Falabella uma inspiração tchekhoviana. Em A Partilha, o desejo inalcançável das personagens é a recomposição do passado como uma ideia mítica de felicidade, e ele se desvenda através de um humor cruel. A inegável ação do tempo e sua corrosão sobre as emoções humanas são a fonte de dramaticidade. O humor não é o elemento que norteia os diálogos e a ação - em primeiro lugar está a coerência de cada personagem e suas contradições.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Personagem Atrizes originais Atrizes da Montagem de 2012
Selma Natália do Vale Patricya Travassos[1][2]
Regina Susana Vieira[1][2]
Maria Lúcia Arlete Salles[1][2]
Laura Thereza Piffer[1][2]

Referências

  1. a b c d e f g h i «Comédia de Miguel Falabella, "A Partilha" reestreia em São Paulo». Guia Folha. 23 de janeiro de 2013. Consultado em 13 de agosto de 2020 
  2. a b c d e f g «Miguel Falabella dirige elenco original em espetáculo 'A Partilha'». Rede Globo. 3 de agosto de 2012. Consultado em 13 de agosto de 2020 
  3. «Miguel Falabella deve dirigir nova produção de A Partilha com atrizes pretas». observatoriodatv.uol.com.br. Consultado em 26 de maio de 2024 
  4. «Miguel Falabella estreia em julho A Partilha com atrizes pretas». observatoriodatv.uol.com.br. Consultado em 26 de maio de 2024