Arcidae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaArcidae
Vista superior de uma valva de Anadara notabilis (Röding, 1798), coletada em Ubatuba, região sudeste do Brasil, em 1995. Ainda é possível verificar partes de seu perióstraco, sobre a concha, nas laterais.
Vista superior de uma valva de Anadara notabilis (Röding, 1798), coletada em Ubatuba, região sudeste do Brasil, em 1995. Ainda é possível verificar partes de seu perióstraco, sobre a concha, nas laterais.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Pteriomorphia
Ordem: Arcida
Superfamília: Arcoidea
Família: Arcidae
Lamarck, 1809[1]
Distribuição geográfica
Os moluscos da família Arcidae são particularmente bem distribuídos nas costas e oceanos das regiões de clima tropical da Terra.
Os moluscos da família Arcidae são particularmente bem distribuídos nas costas e oceanos das regiões de clima tropical da Terra.
Gêneros
ver texto
Uma ilustração de Lunarca ovalis (Bruguière, 1789), ex Anadara ovalis; encontrada dos Estados Unidos até o Brasil; possui um perióstraco quase negro.[2][3]
Sinónimos
Anadarinae Reinhart, 1935
Arcinae Lamarck, 1809
Bathyarcinae Scarlato & Starobogatov, 1979
Litharcinae Frizzell, 1946
Scaphulinae Scarlato & Starobogatov, 1979
(WoRMS)[1]

Arcidae (nomeadas, em inglêsː ark -sing.[2]; na tradução para o portuguêsː arca -sing.) é uma família de moluscos Bivalvia marinhos filtradores, na maioria tropicais e cujo habitat vai dos mares rasos a profundos; classificada por Jean-Baptiste de Lamarck, em 1809, e pertencente à subclasse Pteriomorphia, na ordem Arcida.[1][4][5][6][7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Compreende, em sua totalidade, animais com conchas dotadas de 2 valvas visíveis, ovoides, sub-trapezoidais ou semi-triangulares, pequenas ou atingindo tamanhos de até 7 centímetros de comprimento. São caracterizados por ter conchas mais ou menos em forma de barco, na maior parte das vezes branca, com longos e retos encaixes, com muitos dentes pequenos e entrelaçados, entre suas valvas. Em certas espécies a concha é listrada com faixas mais escuras, tingida com manchas ou totalmente colorida com um marrom intenso. A superfície de suas conchas é esculpida, na maioria das vezes com costelas radiais, e geralmente revestida com um perióstraco grosso e enegrecido, às vezes cabeludo. Gêneros como Arca Linnaeus, 1758 possuem uma abertura entre suas valvas fechadas para a saída de um bisso de fixação no substrato. Anadara Gray, 1847 sem abertura do bisso entre suas valvas, sendo mais comumente encontradas na maré baixa, em áreas areno-lodosas. No verso de cada valva existem duas impressões musculares quase iguais.[1][5][8][9][10][11]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Se alimentam por filtração de detritos e de microorganismosː diatomáceas e foraminíferos.[7]

Uso humano como alimento[editar | editar código-fonte]

Por volta de dez espécies de Arcidae são empregadas na alimentação humana, dentre elas: Arca noae, Arca zebra, Tegillarca granosa, Anadara inaequivalvis e Senilia senilis.[12][13][14]

Classificação de Arcidae: gêneros viventes[editar | editar código-fonte]

De acordo com o World Register of Marine Species, suprimidos os sinônimos e gêneros extintos.[1]

Acar Gray, 1857
Anadara Gray, 1847
Arca Linnaeus, 1758
Asperarca Sacco, 1898
Barbatia Gray, 1842
Bathyarca Kobelt, 1891
Bentharca Verrill & Bush, 1898
Calloarca Gray, 1857
Deltaodon Barnard, 1962
Destacar Iredale, 1936
Fugleria Reinhart, 1937
Hawaiarca Dall, Bartsch & Rehder, 1938
Larkinia Reinhart, 1935
Litharca Gray, 1842
Lunarca Gray, 1842
Mabellarca Iredale, 1939
Mesocibota Iredale, 1939
Mimarcaria Iredale, 1939
Miratacar Iredale, 1939
Mosambicarca Lutaenko, 1994
Paranadara Francisco, Barros & S. Lima, 2012
Samacar Iredale, 1936
Scaphula Benson, 1834
Senilia Gray, 1842
Tegillarca Iredale, 1939
Trisidos Röding, 1798
Tucetonella Habe, 1961
Xenophorarca M. Huber, 2010

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Arcidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  2. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 291-294. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  3. «Lunarca ovalis» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  4. FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 177-178. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  5. a b SILVA, José António; MONTALVERNE, Gil (1980). Iniciação à Colecção de Conchas. Colecção Habitat. Lisboa, Portugal / Livraria Martins Fontes, Brasil: Editorial Presença. p. 81. 110 páginas 
  6. RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 229-232. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  7. a b Francisco, Jonata de Arruda (2015). «Taxonomia das espécies da família Arcidae (Bivalvia: Pteriomorpha) no Brasil» (PDF). Universidade Federal de Pernambuco. p. 16. 210 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  8. «ARCIDAE». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  9. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 97. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  10. «Ark shell» (em inglês). Encyclopædia Britannica. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  11. «Ark Clams» (em inglês). Barnegat Bay Shellfish. 1 páginas. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  12. a b «Man and Mollusc's Data Base of Edible Molluscs» (em inglês). Man and Mollusc. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  13. «Tegillarca granosa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020 
  14. «Senilia senilis» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2020