Beatles for Sale

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Beatles for Sale
Beatles for Sale
Álbum de estúdio de The Beatles
Lançamento 4 de dezembro de 1964
Gravação 11 de agosto – 26 de outubro de 1964
Estúdio(s) EMI, Londres
Gênero(s)
Duração 33:42
Gravadora(s) Parlophone
Produção George Martin
Cronologia de The Beatles
A Hard Day's Night
(1964)
Help!
(1965)

Beatles for Sale é o quarto álbum de estúdio da banda britânica de rock The Beatles. Foi lançado em 4 de dezembro de 1964 no Reino Unido pelo selo Parlophone da EMI. O álbum marcou um afastamento do tom otimista que caracterizou o trabalho anterior dos Beatles, em parte devido à exaustão da banda após uma série de turnês que os estabeleceram como um fenômeno mundial em 1964. Beatles for Sale não estava amplamente disponível nos Estados Unidos até 1987, quando o catálogo dos Beatles foi padronizado para lançamento em CD. Em vez disso, oito das quatorze faixas do álbum apareceram no lançamento simultâneo da Capitol Records, Beatles '65, lançado apenas na América do Norte.

As sessões de Beatles for Sale também produziram um single que não faz parte do álbum: "I Feel Fine" / "She's a Woman". Durante as sessões, a banda se aventurou em experimentações de estúdio, como o uso de fade-in e a incorporação de feedbacks de guitarra, e complementou as gravações básicas das faixas com instrumentos de percussão como tímpanos, tambores africanos e chocalhos. O álbum reflete as influências gêmeas da música country e de Bob Dylan, que os Beatles conheceram em Nova Iorque em agosto de 1964. Em parte como resultado da agenda agitada do grupo, apenas oito das faixas são composições autorais, com covers de canções de artistas como Carl Perkins, Chuck Berry, Buddy Holly e Little Richard sendo usadas para completar o álbum. As canções originais introduziram climas musicais mais sombrios e letras mais introspectivas, com John Lennon adotando uma perspectiva autobiográfica em "I'm a Loser" e "No Reply". Além disso, a maioria das músicas não trazia temas de amor, com três das quatorze faixas mencionando o amor de forma positiva.

Beatles for Sale recebeu críticas favoráveis ​​na imprensa musical do Reino Unido, onde manteve o primeiro lugar por 11 das 46 semanas que passou no top 20. O álbum teve sucesso semelhante na Austrália, onde o cover da banda de "Rock and Roll Music" também liderou a parada de singles. Uma das canções omitidas da versão americana do álbum, "Eight Days a Week", tornou-se o sétimo número um dos Beatles nos EUA quando lançada como single lá em fevereiro de 1965. Em 2000, foi eleito a 204ª posição na terceira edição do livro All Time Top 1000 Albums de Colin Larkin.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Quando Beatles for Sale estava sendo gravado, a Beatlemania estava no auge.[1] No início de 1964, os Beatles fizeram barulho com suas aparições na televisão americana, gerando uma demanda sem precedentes por seus discos no país. Durante junho e julho, a banda fez shows na Dinamarca, Holanda e Hong Kong, excursionou pela Austrália e Nova Zelândia,[2] e depois retornou à Grã-Bretanha para uma série de compromissos de rádio e televisão e para promover seu primeiro longa-metragem, A Hard Day's Night.[3] Depois de realizar mais shows na Suécia, eles começaram a gravar o novo álbum em Londres em meados de agosto, apenas para depois partirem para uma turnê de um mês pela América do Norte.[4] Enquanto estavam em Nova Iorque, os Beatles conheceram o cantor folk americano Bob Dylan, que apresentou a cannabis aos membros da banda. Através do exemplo de Dylan, os Beatles, particularmente John Lennon,[5] foram encorajados a escrever letras mais introspectivas do que antes.[6] Por sua vez, Dylan disse reconhecer que os Beatles "estavam apontando a direção que a música deveria seguir",[7][8] e logo começou a escrever canções que abraçavam a cultura jovem e mais orientadas a um acompanhamento rock.[9][10]

Beatles for Sale foi o quarto álbum dos Beatles lançado em um espaço de vinte e um meses.[11] Neil Aspinall, o road manager da banda, refletiu mais tarde: "Nenhuma banda hoje sairia de uma longa turnê pelos EUA no final de setembro, entraria em estúdio e começaria um novo álbum, ainda escrevendo canções, e depois faria uma turnê pelo Reino Unido, terminar o álbum em cinco semanas, ainda em turnê, e lançá-lo a tempo para o Natal. Mas foi isso que os Beatles fizeram no final de 1964. Muito disso se deveu à ingenuidade, pensando que era assim que as coisas eram feitas. Se a gravadora precisar de outro álbum, você vai e faz um."[12] Observando o tom moderado e melancólico de grande parte do álbum, o produtor George Martin lembrou: "Eles estavam bastante exaustos durante (as gravações de) Beatles for Sale. É preciso lembrar que eles foram puídos como loucos durante 1964 e grande parte de 1963. O sucesso é uma coisa maravilhosa, mas é muito, muito cansativo.[11]

Composição e estilos musicais[editar | editar código-fonte]

Embora prolífica, a parceria de composição de Lennon e Paul McCartney não conseguiu acompanhar a demanda por novo material.[13][14] Para compensar a escassez de produção, os Beatles recorreram à inclusão de várias covers no álbum.[15] Essa foi a abordagem deles em seus dois primeiros álbuns – Please Please Me e With the Beatles – mas foi abandonada em A Hard Day's Night.[16] Paul disse sobre a combinação em Beatles for Sale: "Basicamente era nossa apresentação no palco, com algumas canções novas (originais)."[nota 1]

O álbum apresenta oito composições de Lennon–McCartney.[22] Além disso, a dupla escreveu ambos os lados do single que não faz parte do álbum: "I Feel Fine", acompanhada por "She's a Woman";[23] que acompanhou o lançamento do LP.[24] Nesta fase da parceria, John e Paul raramente escreviam juntos como antes, mas cada um frequentemente contribuía com partes importantes para canções das quais o outro era o autor principal.[25] No entanto, o nível de contribuição de Lennon para Beatles for Sale superou o de McCartney,[26][27] uma situação que, como em A Hard Day's Night, o autor Ian MacDonald atribui ao compromisso de Paul ter sido temporariamente desviado por seu relacionamento com a atriz inglesa Jane Asher.[28][nota 2]

Na época, John disse sobre o álbum: "Você poderia chamar o nosso novo (álbum) de: um LP country e western dos Beatles".[30] O ímpeto para esta nova direção veio em parte da exposição da banda às estações de rádio country dos EUA durante a turnê;[31] além disso, era um gênero que Ringo Starr defendia há muito tempo.[32] "I'm a Loser" de Lennon foi a primeira canção dos Beatles a refletir diretamente a influência de Dylan.[33] O autor Jonathan Gould destaca a influência do blues e do rockabilly derivado do country nas composições originais do álbum e na inclusão de canções de Carl Perkins e Buddy Holly. Ele também comenta que o som folk acústico de Dylan era um estilo que os Beatles tendiam a identificar como música country.[34]

Gravação[editar | editar código-fonte]

As sessões de Beatles for Sale começaram no estúdio EMI no dia 11 de agosto, um mês após o lançamento de A Hard Day's Night. A maioria das sessões de gravação ocorreram durante um período de três semanas começando em 29 de setembro, após o retorno da banda da turnê pelos Estados Unidos. Grande parte da produção foi feita nos "dias de folga" das apresentações no Reino Unido, e grande parte das composições foi concluída em estúdio.

George Harrison lembrou que a banda havia se tornado mais sofisticada em relação às técnicas de gravação: "Nossos discos estavam progredindo. Começamos como qualquer pessoa que passa a primeira vez em um estúdio – nervosos, ingênuos e em busca de sucesso. Nessa época já tínhamos muitos sucessos e estávamos ficando mais relaxados conosco mesmos e mais confortáveis no estúdio…"[35] A banda continuou a desenvolver seu som através do uso de gravação de quatro faixas, que a EMI introduziu em 1963. Eles também tiveram bastante liberdade de experimentar, cedida pela gravadora e por George Martin, que foi gradualmente abandonando sua posição de autoridade sobre os Beatles, como o seu chefe na gravadora, ao longo de 1964, e estava cada vez mais aberto às suas ideias musicais fora do padrão.[36] As sessões resultaram no primeiro uso de um fade-in em uma música pop, no início de "Eight Days a Week",[37] e na primeira vez que o feedback da guitarra foi incorporado em uma gravação pop, em "I Feel Fine".[38]

A banda introduziu nova instrumentação ao seu som básico, como forma de ilustrar o estilo mais matizado adotado por Lennon em sua escrita de letras.[39] Isto ficou especialmente evidente na gama de instrumentos de percussão, que, tocados principalmente por Ringo, incluíram o primeiro uso de tímpanos pela banda, tambores africanos[39] e chocalhos.[40] De acordo com Ian MacDonald, os Beatles adotaram uma abordagem "menos é mais" em seus arranjos; ele cita "No Reply" como um exemplo do grupo começando a "dominar o estúdio", onde a duplicação (ou dobramento) das partes base e o uso de reverberação emprestaram à performance "profundidade e espaço".[41] Como fazia desde os Beatles, George continuou a variar seus sons de guitarra, preferindo pela primeira vez uma guitarra Gretsch Tennessean, além de usar sua Rickenbacker 360/12 de doze cordas.[42] O autor André Millard descreve este período como aquele em que o estúdio de gravação mudou sua identidade na perspectiva dos Beatles, de um local de trabalho formal para uma "oficina" e "laboratório".[43]

A gravação foi concluída em 26 de outubro,[44] no meio da turnê de quatro semanas da banda no Reino Unido.[45] Em 18 de outubro, os Beatles voltaram correndo da cidade de Hull para Londres,[46] para gravar o lado A de seu próximo single, "I Feel Fine", e três dos covers do álbum (em um total de cinco tomadas).[47] Numa entrevista publicada um dia antes desta sessão, John admitiu que a necessidade de novas canções originais estava "se tornando um grande problema".[48] A banda participou de diversas sessões de mixagem e edição antes de concluir o projeto em 4 de novembro.

Sobre as músicas[editar | editar código-fonte]

Covers[editar | editar código-fonte]

Várias músicas escolhidas para o álbum já haviam sido tocadas ao vivo por eles na época em que não eram conhecidos do grande público, em shows em Hamburgo ou no Cavern Club, de Liverpool. George aparece cantando "Everybody's Trying to Be My Baby" e Ringo, "Honey Don't" ambas de Carl Perkins.

Foi inspirado em Little Richard que Paul cantou um medley de "Kansas City" e "Hey, Hey, Hey, Hey!". John canta "Rock and Roll Music", de Chuck Berry, de forma magistral. A música fez parte do repertório da turnê de 1966 da banda. Lennon canta ainda "Mr. Moonlight" de Roy Lee Johnson. John e Paul dividem o vocal do cover de Buddy Holly, "Words of Love".

Composições de Lennon/McCartney[editar | editar código-fonte]

  • John é o principal vocalista e compositor das duas primeira músicas. "No Reply" traz pela primeira vez Lennon compondo uma história por inteiro. Em "I'm a Loser", John Lennon já começa a compor em um tom mais autobiográfico, influenciado pela música de Bob Dylan (de acordo com o livro Complete Beatles Chronicles, de Mark Lewisohn). Ele compôs também "I Don't Want to Spoil the Party", que dizia ser uma canção muito pessoal.
  • Paul compôs a balada "I'll Follow the Sun" quando tinha 16 anos, e seu professor o levou com a turma da escola para um passeio pelo campo num dia ensolarado. É de sua autoria também as música "Every Little Thing" e "What You're Doing".
  • John e Paul compuseram juntos as músicas "Eight Days a Week" e dividem o vocal da música. Dividem o vocal de "Baby's in Black", cuja composição foi feita pelos dois, porém com participação maior de John.

Capa[editar | editar código-fonte]

A foto foi tirada pelo fotógrafo Robert Freeman, o mesmo da capa do álbum With the Beatles, em pleno outono, no Hyde Park em Londres.

Lista de faixas[editar | editar código-fonte]

  • Todas as músicas foram compostas por Lennon/McCartney, exceto as notadas.

Lado A

N.º Título Duração
1. "No Reply"   2:15
2. "I'm a Loser"   2:31
3. "Baby's in Black"   2:02
4. "Rock and Roll Music" (Chuck Berry) 2:32
5. "I'll Follow the Sun"   1:46
6. "Mr. Moonlight" (Roy Lee Johnson) 2:35
7. "Kansas City / Hey-Hey-Hey-Hey!" (Jerry Leiber, Mike Stoller e Richard Penniman) 3:10

Lado B

N.º Título Duração
1. "Eight Days a Week"   2:44
2. "Words of Love" (Buddy Holly) 2:12
3. "Honey Don't" (Carl Perkins) 2:55
4. "Every Little Thing"   2:01
5. "I Don't Want to Spoil the Party"   2:33
6. "What You're Doing"   2:30
7. "Everybody's Trying to Be My Baby (Carl Perkins)"   2:23

Paradas musicais[editar | editar código-fonte]

Desempenho semanal de Beatles for Sale
Parada (1964–65) Melhor
posição
Austrália (Kent Music Report)[49] 1
Alemanha (Offizielle Top 100)[50] 1
Reino Unido (UK Albums Chart)[51] 1
Parada (1987) Melhor
posição
Países Baixos (MegaCharts)[52] 17
Reino Unido (UK Albums Chart)[53] 45
Parada (2009) Melhor
posição
Áustria (Ö3 Austria Top 40)[54] 68
Bélgica (Ultratop Flandres)[55] 79
Bélgica (Ultratop Valônia)[56] 96
Finlândia (IFPI)[57] 35
Itália (FIMI)[58] 84
Nova Zelândia (RMNZ)[59] 40
Espanha (PROMUSICAE)[60] 74
Suécia (Sverigetopplistan)[61] 31
Reino Unido (UK Albums Chart)[53] 56

Notas

  1. George Harrison, o guitarrista principal da banda, contribuiu com uma canção para With the Beatles, "Don't Bother Me",[17] mas nenhuma outra composição sua apareceu em um álbum dos Beatles até Help! em agosto de 1965.[18] Comentando sobre este intervalo, Martin deu a entender que a confiança de George foi afetada pela indiferença de seus companheiros de banda em relação a "You Know What to Do",[19] uma composição de Harrison que o grupo gravou em junho de 1964 junto com "No Reply" de John.[20][21]
  2. Lennon referiu-se à distração de McCartney em uma entrevista para a Radio Luxembourg no final de dezembro de 1964, dizendo: "Às vezes eu trabalho muito mais do que Paul, mas não vamos mencionar isso, não é?"[29]

Referências

  1. Hertsgaard 1996, p. 90.
  2. Gould 2007, p. 238.
  3. Miles 2001, pp. 145–54.
  4. Miles 2001, pp. 159–60.
  5. Philo 2015, p. 85.
  6. Schaffner 1978, pp. 46–47.
  7. Philo 2015, p. 75.
  8. Hertsgaard 1996, p. 59.
  9. Gould 2007, pp. 252–53.
  10. Philo 2015, pp. 78–79.
  11. a b Lewisohn 2005, p. 53.
  12. The Beatles 2000, p. 161.
  13. Lewisohn 2005, p. 48.
  14. Everett 2001, p. 253.
  15. Everett 2001, p. 270.
  16. Hertsgaard 1996, pp. 56, 101–02.
  17. Unterberger 2006, p. 95.
  18. Miles 2001, pp. 203–04.
  19. Unterberger 2006, p. 96.
  20. Everett 2001, p. 248.
  21. Winn 2008, p. 186.
  22. Womack 2014, p. 110.
  23. Hertsgaard 1996, pp. 101, 103.
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  29. Winn 2008, p. 289.
  30. Gould 2007, p. 255.
  31. Quantick, David (2010). «The Beatles Beatles for Sale Review» (em inglês). BBC Music. Consultado em 11 de abril de 2017. Cópia arquivada em 26 de maio de 2017 
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  33. Lewisohn 1996, p. 168.
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  38. Unterberger, Richie. «The Beatles 'I Feel Fine'». AllMusic (em inglês). Consultado em 4 de abril de 2017. Cópia arquivada em 10 de maio de 2012 
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  43. Millard 2012, p. 179.
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  45. Miles 2001, pp. 173, 175.
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  49. Kent, David (2005). Australian Chart Book (1940–1969). Turramurra: Australian Chart Book. ISBN 0-646-44439-5 
  50. «Offiziellecharts.de – The Beatles – Beatles for Sale» (em alemão). GfK Entertainment.
  51. Beatles | Artist | Official Charts (em inglês). UK Albums Chart.
  52. «The Beatles – Beatles for Sale» (em holandês). Dutchcharts.nl. Hung Medien.
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  54. «The Beatles - Beatles for Sale» (em alemão). Austriancharts.at. Hung Medien.
  55. «The Beatles – Beatles for Sale» (em holandês). Ultratop.be. Hung Medien.
  56. «The Beatles – Beatles for Sale» (em francês). Ultratop.be. Hung Medien.
  57. «The Beatles – Beatles for Sale» (em inglês). Finnishcharts.com. Hung Medien.
  58. «The Beatles – Beatles for Sale» (em inglês). Italiancharts.com. Hung Medien.
  59. «The Beatles – Beatles for Sale» (em inglês). Charts.nz. Hung Medien.
  60. «The Beatles – Beatles for Sale» (em inglês). Spanishcharts.com. Hung Medien.
  61. «The Beatles – Beatles for Sale» (em inglês). Swedishcharts.com. Hung Medien.

Fontes[editar | editar código-fonte]


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