Bruno da Ponte

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Bruno da Ponte
Nascimento 28 de agosto de 1932
Ponta Delgada
Morte 14 de dezembro de 2018 (86 anos)
Ponta Delgada
Cidadania Portugal
Cônjuge Clara Queiroz
Ocupação jornalista, tradutor, acadêmico, editor
Empregador(a) Universidade de Edimburgo

Bruno Domingues da Ponte (Ponta Delgada, 28 de Agosto de 1932 - Ponta Delgada, 14 de Dezembro de 2018) foi um editor, jornalista, tradutor e professor universitário português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu numa família de tradições democráticas, manifestando desde cedo a sua oposição ao Estado Novo, que com o tempo se traduziria mais na actividade cultural do que propriamente política. Foi um dos responsáveis pelo suplemento cultural do semanário A Ilha, de Ponta Delgada, conotado com a Oposição Democrática, de 1952 a 1956.

Fez a sua estreia como editor ao publicar o livro Para Uma Autêntica Literatura Açoriana (1953), de Eduíno Borges Garcia, resultante de uma série de artigos vindos a lume no semanário A Ilha, em que este teorizava uma literatura açoriana de inspiração neo-realista.

Na sua juventude, apoiou as candidaturas presidenciais de Ruy Luís Gomes, em 1951, declarado inelegível, e de Arlindo Vicente, em 1958. Depois da sua desistência a favor do general Humberto Delgado passaria a apoiar o "General sem Medo".

Fixando-se em Lisboa, dedicou-se ao jornalismo, sendo secretário de redacção e editor de teatro do semanário cultural Jornal de Letras e Artes, de 1961 a 1970, e à editorialística, que viria a ser a sua grande paixão. Foi co-fundador da Editora Minotauro, em Lisboa, encerrada pelo regime em 1967, que desenvolveu uma ampla actividade na década de 1960, publicando muitos autores nacionais e estrangeiros de renome. Depois do encerramento da editora, partiu para a Escócia, onde foi professor na Universidade de Edimburgo e trabalhou na Editora DEPA.

Regressou a Portugal na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974, retomando então a actividade editorial a nível nacional. Trabalhou em várias editoras, decidindo fundar as Edições Salamandra, em 1984, que se manteria no activo até 2005. Esta editora desempenhou um importante papel na divulgação de autores e de temáticas açorianas, nomeadamente na Colecção Garajau, que publicou 120 obras dentro deste âmbito.

Por convite do governo de Moçambique, fundou a Escola de Jornalismo de Maputo, da qual foi director durante quatro anos.

No final da vida, voltou a residir em Ponta Delgada, onde viria a falecer aos 86 anos. A notícia do seu falecimento passou praticamente despercebida na imprensa local.[1][2]

Referências[editar | editar código-fonte]