Santos Cruz

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Santos Cruz
Santos Cruz
Santos Cruz em junho de 2019
5.º Ministro-Chefe da
Secretaria de Governo do Brasil
Período 1º de janeiro de 2019
a 13 de junho de 2019
Presidente Jair Bolsonaro
Comandante da Força de Paz na Missão de Estabilização nas Nações Unidas na República Democrática do Congo
Período 4 de junho de 2013
a 5 de janeiro de 2016
Subcomandante de Operações Terrestres do Exército Brasileiro
Período 31 de março de 2011
a 25 de novembro de 2012
Comandante da 2.ª Divisão de Exército
Período 22 de abril de 2009
a 31 de março de 2011
Comandante da Força de Paz na
Missão de Estabilização das
Nações Unidas no Haiti
Período 5 de janeiro de 2007
a 9 de abril de 2009
Comandante da
13.ª Brigada de Infantaria Motorizada
Período 25 de novembro de 2004
a 5 de janeiro de 2007
Adjunto da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai
Período 28 de dezembro de 1993
a 14 de outubro de 1994
Dados pessoais
Nascimento 1 de junho de 1952 (71 anos)
Rio Grande, RS
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Dora Regina Gondim Cruz
Partido PODE (2021–presente)
Religião catolicismo romano
Serviço militar
Lealdade  Brasil
Serviço/ramo Brasão do Exército Brasileiro Exército Brasileiro
Anos de serviço 18 de março de 1968 a
25 de novembro de 2012
(44 anos)
Graduação General de divisão
Comandos
Condecorações

Carlos Alberto dos Santos Cruz GOMM (Rio Grande, 1 de junho de 1952), também conhecido como General Santos Cruz,[2] é um general de divisão da reserva do Exército Brasileiro. Foi comandante das forças da ONU no Haiti e no Congo, Secretário Nacional de Segurança Pública [3][4] e ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil. Atualmente é filiado ao Podemos (PODE).[5][6][7]

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Iniciou sua carreira militar em 18 de março de 1968, ao ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), onde concluiu o curso em 1970. A seguir, cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), tendo sido declarado aspirante a oficial de Infantaria em 17 de dezembro de 1974. Foi promovido a segundo-tenente em agosto de 1975 e a primeiro-tenente em abril de 1977, período em que realizou os cursos de Comandos e Guerra na Selva. Atingiu o posto de capitão em abril de 1980 e, entre 1983 e 1984, foi comandante de companhia na EsPCEx.

Em 1985, realizou o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Promovido a major em agosto de 1987, cursou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e ascendeu a tenente-coronel em agosto de 1992. Em 1993, foi nomeado adjunto da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai até o término do acordo entre os dois países no ano seguinte.[8][9] Trabalhou na Assessoria de Pessoal do Gabinete do Comandante do Exército.[10] Ascendeu ao posto de coronel em abril de 1997.

De janeiro de 1998 a janeiro de 2000, comandou o 43º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cristalina-GO e, entre 2001 e 2003, foi adido militar junto à Embaixada do Brasil em Moscou, Rússia.[3]

Promovido a general de brigada em 25 de novembro de 2004,[11] foi designado para comandar a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada,[12] em Cuiabá.

Comandou a missão de paz no Haiti (Minustah) entre setembro de 2006 e abril de 2009, tendo um total de 12 mil militares subordinados.[13][14][15] Atingiu o posto de general de divisão de março de 2009.[16]

Admitido à Ordem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro em 1998,[17] foi promovido a Oficial em 2002,[18] a Comendador em 2004[19] e a Grande-Oficial em 2009.[1]

No retorno ao Brasil, foi comandante da 2.ª Divisão de Exército, em São Paulo, entre 8 de maio de 2009 e 20 de abril de 2011.[20][21] Em seguida, foi subcomandante do Comando de Operações Terrestres.[22] Passou para a reserva em novembro de 2012.[23][24] Em seguida tornou-se assessor especial do Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. [24][25]

Santos Cruz em junho de 2013 em Goma, no comando das forças da ONU.

Em abril de 2013, estando na reserva como General de Divisão Combatente, foi escolhido pela Força de Paz da ONU para suceder o tenente-general indiano Chander Prakash Wadhwa no comando da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), na coordenação de cerca de 23,7 mil militares de vinte países.[14][24] No dia 4 de junho do mesmo ano, foi designado pela Presidência da República como Adido à Secretaria-Geral do Exército, para o serviço ativo no cargo de comandante da Força de Paz da ONU naquela missão no Congo, pelo prazo de treze meses.[26][27]

No dia 26 de abril de 2014, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que "a ONU não é onipresente e não pode ser responsabilizada por crimes que não pode impedir", "os grupos que atuam na região são puramente criminais" e que "a gente nunca se acostuma com o sofrimento humano".[28] Despediu-se do comando da força de paz em 2016, retornando à reserva.[29]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Vida pessoal e cargos políticos[editar | editar código-fonte]

Santos Cruz é casado e tem três filhos.[33] É formado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

Em abril de 2017, tornou-se Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, como primeiro ato, se reuniu com governantes do governo do Rio de Janeiro para debater a crise de segurança no estado. O general também, ampliou a presença da Força Nacional de Segurança Pública no estado. Em 2018, deixou o cargo, tornando-se consultor da ONU.

Em novembro de 2018, foi anunciado que ocuparia a Secretaria de Governo, na gestão de Jair Bolsonaro[34]. Exerceu a função do início do Governo até 13 de junho de 2019. O Decreto Presidencial de exoneração foi publicado no Diário Oficial da União na edição do dia 14 de junho de 2019. [35]

Em janeiro de 2020, em entrevista concedida à BBC Brasil, o general avaliou o primeiro ano do governo Bolsonaro afirmando que se afastou do combate à corrupção, e que isso era ponto de "desilusão para muita gente", pois o combate a corrupção foi bandeira eleitoral na sua vitoriosa campanha presidencial de 2018. Para Santos Cruz, as mudanças no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) — órgão que foi rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e repassado ao Banco Central — e as pressões sobre o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, contribuíram para o enfraquecimento do combate à corrupção.[36][37][38]

Em abril de 2020, na crise do governo com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Santos Cruz elogiou Moro e lamentou a "fritura" de alguns integrantes do governo. "Fritura é coisa da escória da política", afirmou Santos Cruz.[39] Ele também foi um crítico do totalitarismo nas eleições de 2018.[40]

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 14 de abril de 2009.
  2. «General Santos Cruz: Exército não marcha com o governo». Uol. 27 de abril de 2020. Consultado em 27 de abril de 2020 
  3. a b c d «Rio-grandino lidera força de paz no Haiti». Jornal Agora. 31 de agosto de 2013. Consultado em 17 de maio de 2013 
  4. «Gen Santos Cruz é novo Secretário Nacional de Segurança Pública». Época. 20 de abril de 2017. Consultado em 5 de maio de 2017 
  5. «Conheça os 22 ministros do governo Jair Bolsonaro» 
  6. «Bolsonaro demite general Santos Cruz da Secretaria de Governo». Folha de S.Paulo. 13 de junho de 2019. Consultado em 13 de junho de 2019 
  7. «General Santos Cruz, ex-ministro de Bolsonaro, se filia ao Podemos». G1. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  8. BRASIL, Decreto de 28 de dezembro de 1993.
  9. BRASIL, Decreto de 22 de setembro de 1994.
  10. BRASIL, Portaria do Ministério do Exército de 26 de março de 1996.
  11. BRASIL, Decreto de 24 de novembro de 2004.
  12. BRASIL, Decreto de 24 de novembro de 2004.
  13. BRASIL, Decreto de 5 de janeiro de 2007.
  14. a b Giraldi, Renata (24 de abril de 2013). «General brasileiro vai comandar missão de paz no Congo». Agência Brasil. Consultado em 17 de maio de 2013 
  15. «Haiti: Brazilian general to be new Force Commander for UN peacekeeping mission» (em inglês). www.un.org. Consultado em 4 de junho de 2013 
  16. BRASIL, Decreto de 27 de março de 2009.
  17. BRASIL, Decreto de 30 de março de 1998.
  18. BRASIL, Decreto de 3 de abril de 2002.
  19. BRASIL, Decreto de 15 de dezembro de 2004.
  20. BRASIL, Decreto de 22 de abril de 2009.
  21. «Antigos Comandantes da 2ª Divisão de Exército». Consultado em 29 de outubro de 2020 
  22. BRASIL, Decreto de 28 de março de 2011.
  23. BRASIL, Decreto de 23 de novembro de 2012.
  24. a b c Stochero, Tahiane (17 de maio de 2013). «ONU nomeia general do Brasil para comandar missão de paz no Congo». G1.com. Consultado em 17 de maio de 2013 
  25. «General brasileiro é nomeado novo chefe da missão da ONU no Congo». AFP. Terra Notícias. 17 de maio de 2013. Consultado em 17 de maio de 2013 
  26. BRASIL, Decreto de 4 de junho de 2013.
  27. «Brasileiro chega ao Congo para liderar tropa de elite». UOL Notícias. 3 de junho de 2013. Consultado em 3 de junho de 2013 
  28. «FSP de 26 de abril de 2014» 
  29. BRASIL, Decreto de 24 de novembro de 2015.
  30. «DECRETO DE 15 DE OUTUBRO DE 2018 - Diário Oficial da União». Imprensa Nacional. Consultado em 5 de janeiro de 2019 
  31. «DECRETO DE 6 DE NOVEMBRO DE 2018 - Diário Oficial da União». Imprensa Nacional. Consultado em 5 de janeiro de 2019 
  32. a b c «Diário de Cuiabá». www.diariodecuiaba.com.br. Consultado em 5 de janeiro de 2019 
  33. «Secretary-General Appoints Lieutenant General Carlos Alberto dos Santos Cruz» (em inglês). www.un.org. Consultado em 4 de junho de 2013 
  34. «Gen Santos Cruz será Ministro da Secretaria de Governo» 
  35. Imprensa Nacional/DOU, publicado em: 14/06/2019, edição nº 114, seção: 2, página 1
  36. «Governo Bolsonaro se afastou do combate à corrupção, diz general Santos Cruz. Segundo o reservista, o afastamento foi ponto de desilusão para muita gente.». Jornal do Commercio. 6 de janeiro de 2020. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  37. «Governo Bolsonaro se afastou do combate à corrupção, afirma Santos Cruz.». UOL. 6 de janeiro de 2020. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  38. Mariana Schreiber (6 de janeiro de 2020). «Governo Bolsonaro se afastou do combate à corrupção, afirma Santos Cruz.». BBC Brasil. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  39. «Santos Cruz chama Moro de "ícone" e diz que "fritura é coisa da escória da política"». O Antagonista. Consultado em 27 de abril de 2020 
  40. «Santos Cruz: "Repudiamos estímulos a extremismos e fanatismos"». O Antagonista. 21 de janeiro de 2020. Consultado em 22 de março de 2021 

Precedido por
João Carlos Vilela Morgero

33º Comandante da 2.ª Divisão de Exército

2009 — 2011
Sucedido por
Floriano Peixoto Vieira Neto

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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