Carlos César Burlamaqui

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Carlos César Burlamaqui
Nascimento 1775
Morte 1844

Carlos César Burlamaqui CvC (17751844) foi governador da província do Piauí e primeiro governador de Sergipe, antiga Capitania de Sergipe Del Rei, emancipada em 8 de julho de 1820 da província da Bahia por meio de carta-régia emitida por D. João VI.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Portugal, mas originário de uma família com raízes na República de Lucca na Italia,

Seu pai o italiano Ippolito Burlamacchi se mudou para Portugal no século XVIII junto com o irmão Carlo Burlamacchi. Representando interesses comerciais da família Burlamacchi em Portugal.

Vindo Ippolito Burlamacchi a se casar com a nobre senhora Matilde Valentina Pedegache Brandão e tendo como filho Carlos César Burlamaqui. Que teve o sobrenome modificado para se adaptar melhor ao novo país. Formando assim um ramo luso-brasileiro da família italiana Burlamacchi os Burlamaqui, que teria Carlos como um dos seus patriarcas.

Carlos trocou o comercio pelas armas vindo a se tornar militar, sendo designado capitão de infantaria da Infantaria Negra como chamou Napoleão I ou mais formalmente a Legião de Tropas Ligeiras e em seguida enviado ao Brasil.

Em 1805 se tornou cavaleiro da Ordem de Cristo. No ano seguinte entrou na politica e em 1806 foi nomeado governador da Capitania do Piauí, vindo a sair do governo em 1810. E em 1821 foi nomeado Capitão-Geral da Capitania de Sergipe del Rey, sendo o primeiro governador daquela província até os acontecimentos da Revolução do Porto no mesmo ano.

Com o Independência do Brasil em 1822, Burlamaqui apoiou o movimento já se considerando brasileiro e em agradecimento ao apoio o recém criado Império do Brasil o elevou a condição de Coronel.

Passaria seus últimos dias entre Oeiras no Piauí e o Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 23/05/1844 e foi sepultado envolto em vestes militares na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência.

Política[editar | editar código-fonte]

Burlamaqui seguindo os passos históricos da sua família, que já tinham liderado por diversas vezes Lucca resolveu entrar na política do Império Português mais especificamente na da colônia do Brasil.

Sendo nomeado governador do Piauí em 1806. E no mesmo ano Camara da Capitania do Piauí começou a exigir maior autonomia em relação ao Maranhão. A reação do governador e capitão-general da Capitania do Maranhão, D. José Tomás de Meneses, foi violenta e vingativa. Em 1810, Burlamaqui foi deposto do cargo de Governador do Piauí, teve seus bens móveis sequestrados e confiscados a Real Fazenda e ao Fisco, preso e conduzido por um destacamento para a Cidade do Maranhão. Sem devassa contra e para se defender das intrigas que fizeram as autoridades maranhenses, Burlamaqui foi substituído por um oficial nomeado pelo governador do Maranhão, contrariando as leis reais. Algum tempo depois, Carlos Burlamaqui foi solto, e, para compensar as perdas sofridas na época de seu Governo no Piauí e sua lealdade a coroa seria nomeado Governador de Sergipe por Dom João VI.

Mas emancipação de Sergipe da Bahia, todavia, contrariava diferentes interesses econômicos, tanto de cidadãos baianos como sergipanos. Sergipe era à altura um importante polo sucroalcooleiro, e sua elite dependia financeiramente e comercialmente da Bahia; esta, por sua vez, perdia uma importante fonte de impostos. Com a Revolução do Porto, a Bahia declara-se fiel as Cortes Portuguesas e reincorpora a província de Sergipe. Tentou-se impedir a posse de Carlos César Burlamaqui, o que acabou por se efetivar. Menos de um mês de governo, Burlamaqui foi deposto e preso por tropas baianas enviadas a São Cristóvão.

Sergipe só voltaria a se emancipar após a Guerra da Independência do Brasil e a deposição do governo pró-Portugal da Bahia.

Referências

  1. Brasileiro, Instituto Histórico e Geográfico (1980). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Brasília: Impr. Nacional. p. 79 
  2. Seguro), Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto (1957). História da independência do Brasil até ao reconhecimento pela antiga metrópole: comreendendo, separadamente, a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data. São Paulo: Edições Melhoramentos. p. 287 

1-https://periodicos.ufs.br/rihgse/article/view/14559/10959

2-"Brasil, Rio de Janeiro, Registros da Igreja Católica, 1616-1980", , FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:6X8Y-WFRY : Sat Mar 09 18:33:18 UTC 2024), Entry for Cezár Burlamáque and Maria Joana e Silva, 23 May 1844.

3-Dicionário das Famílias Brasileiras de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antônio Henrique da Cunha Bueno

Achegas Genealógicas à Ascendência Brasileira de Luiz Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias Autores: Cel.Carlos Sayão Dantas & Dr.Carlos G.Rheingantz.

5-Habilitações nas Ordes Militares - Séculos XVII a XIX - Ordem de Cristo - A-F - Tomo I - Pág.307 Autor: Nuno Gonçalo Pereira Borrego - Editora Guarda-Mor - 2007

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6-http://marcosfilgueira.wikidot.com/ascendencia-pela-familia-burlamaqui

7-BURLAMACCHI Dizionario Biografico degli Italiani - Volume 15 (1972)