Discussão:Movimento aparente

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Último comentário: 11 de junho de 2009 de Marinaestelagraca no tópico Ilusão de Movimento aparente

Este trecho está meio deslocado do artigo, retirei do artigo e estou colando aqui para discussão sobre seu uso futuro:--pédiBoi (discussão) 19h38min de 7 de Março de 2008 (UTC)

A VARIAÇÃO DA POSIÇÃO DO SOL DURANTE O ANO

Até o século XX a nossa civilização ainda não vivia em grandes cidades, o cotidiano das pessoas era bem diferente do de hoje, sem a correria do dia a dia e sem televisão para distraí-los os seres humanos tinham mais tempo para observar a natureza e aprender com ela fenômenos como a variação da posição onde o sol nascia e se ocultava a cada dia. Certamente eles reparavam que em certas épocas do ano, o sol nascia mais à direita e mais à esquerda de um ponto específico no horizonte, o leste (SILVESTRE, 2001).

Grande quantidade de autores de livros escolares continuam insistindo em afirmar que o Sol nasce sempre no mesmo lugar do horizonte, só que eles não falam que isto acontece apenas dois dias no ano, no primeiro dia do outono e primeiro dia da primavera .

A rotação da Terra num eixo inclinado de 23º27’, proporciona ao planeta um ano com estações diferenciadas. Na linha do Equador elas quase não são perceptivas, em termos de temperatura, mas quando se ganha latitude às diferenças vão ficando cada vez maiores. Nos equinócios de primavera e outono o planeta fica iluminado igualmente, do Pólo Norte ao Pólo Sul os raios do sol são vistos por 12 horas; é neste dia que o sol nasce no leste e se põe no oeste, pois ele se encontra a pino sobre o equador terrestre. Já no verão, por exemplo, no hemisfério Sul, os dias ficam maiores que as noites e, à medida que se caminha (desloca-se) para o sul esta diferença fica mais evidente, chegando a ter dentro do Círculo Polar Antártico, 24 horas de raios solares durante o primeiro dia de verão. No inverno a situação se inverte, do sul do Equador ao Pólo as noites vão ficando mais longas, tendo no Pólo Sul a sua máxima de 24 horas de escuridão.

Isso se dá pelo movimento aparente do sol sobre a esfera celeste, devido aos movimentos de rotação da Terra ao redor do seu eixo e de translação em torno do sol. Pode-se observar facilmente que o sol tem um movimento aparente próprio em declinação; se sua declinação fosse constante, no decorrer do movimento diurno descreveria sempre o mesmo paralelo e, como conseqüência, todos os dias apareceriam no mesmo ponto do horizonte, e o mesmo ocorreria com a sua ocultação; além do mais, a altura do sol ao passar pelo meridiano, ou seja, a altura meridiana, seria constante (ROSA, 1994).

Observando-se diariamente, nota-se que ao contrário das estrelas, o Sol não aparece todos os dias no mesmo ponto do horizonte, nem no nascente nem no poente. No nosso hemisfério (sul), o Astro Rei nasce no leste, por volta do dia 23 de setembro (primavera) e a partir daí se desloca para o sul até o máximo de 23º27’S no dia 21 de dezembro (verão) onde começa a retornar para o norte, passando novamente pelo leste no dia 20 de março (outono) e se deslocando mais ainda atingindo 23º27’ N no dia 21 de junho (inverno), onde faz seu caminho de volta ao sul .

Efeito semelhante ocorre com a altura meridiana do Sol que não é constante, crescendo desde 21 de junho até 21 de dezembro onde alcança o máximo valor, e decresce a partir desta data até 21 de junho quando adquire seu valor mínimo, ocorrendo, como conseqüência dos fenômenos citados, uma variação na duração dos dias e das noites (ROSA, 1994).

A zona tropical da Terra compreende a faixa entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, ou seja, é o lugar do planeta onde pelo menos em um dia do ano o Sol passa a pino no local. Por exemplo, as cidades que se situam nesta faixa como Boa Vista, Recife, Brasília e Uberlândia (MG), todas virão o Sol passar no zênite ao meio dia sobre elas duas vezes por ano, uma no seu trajeto vindo do norte e a outra voltando do sul, pois todas as cidades estão entre os paralelos 23º27’ Norte e 23º27’ Sul.

Já cidades como São Paulo e Londrina (PR) que são cortadas pelo Trópico de Capricórnio (23º27’ Sul), vão ver o Sol passar a pino sobre elas apenas no dia do solstício de verão no hemisfério sul. O deslocamento do Sol, do norte para o sul atinge o Trópico de Capricórnio no dia 21 de dezembro onde começa seu retorno para o norte.

As cidades ao sul do Trópico de Capricórnio, como Curitiba e Foz do Iguaçu (PR), além de todos as cidades dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nunca terão o Sol sobre suas cabeças ao meio dia. Elas situam-se na zona temperada do planeta, que compreende a faixa entre os trópicos e os círculos polares. Esta faixa está entre os paralelos de 23º27’ norte ou sul e se estende até os paralelos de 66º33’ norte ou sul. Como o Sol tem seu trajeto no zênite apenas dentro dos trópicos, a zona temperada não terá os raios do Sol incidindo perpendicularmente sobre ela.

Os círculos polares são as regiões do planeta onde pelo menos um dia por ano o Sol deixa de brilhar no solstício de inverno ou brilha às 24 horas no solstício de verão. Este fenômeno de verão, que acontece em todos os verões polares, é chamado de Sol da Meia Noite.

O pólo sul se encontra a 90º ao sul do Equador, tendo no seu horizonte a própria linha do equador. Quando o Sol atravessa o equador vindo do hemisfério norte no dia 23 de setembro os primeiros raios solares atingem o pólo sul vindo do seu horizonte. No decorrer dos meses o Sol vai percorrendo círculos em volta do horizonte polar e no dia de verão atinge seu ponto mais alto no horizonte, 23º27’, onde começa a descer em círculos pelo horizonte até desaparecer no dia 21 de março, quando começa o outono no hemisfério sul, e provocando a escuridão total no dia 20 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul) em todo o Círculo Polar Antártico, onde ele começa a retornar para o sul.

A variação da posição do sol ao longo do horizonte durante o ano pode ser facilmente registrada por fotografias tiradas nas quatro estações, durante o seu nascer ou sua ocultação. As ilustrações a seguir, mostram as diferentes posições do Sol durante as quatro estações do ano na cidade do Prata – MG ( 19º18’S ).

No solstício de inverno no hemisfério sul, o Sol está nascendo a Leste – Nordeste e se ocultando a Oeste - Noroeste, passando a pino sobre o Trópico de Câncer ao norte da cidade do Prata, descrevendo um arco menor com altura máxima de 47º15’ acima do horizonte ao meio dia. A latitude da cidade do Prata é de 19º18’ S, o Trópico de Câncer está a 23º27’ N, isto quer dizer que ao meio dia o Sol estará afastado 42º45’ ao norte do zênite da cidade do Prata, subtraindo-se 90º, acha-se o valor da altura do Sol sobre o horizonte.

O Sol nasce no leste e se oculta no oeste, estamos nos dias de equinócio de primavera ou outono. Os raios solares incidem perpendicularmente no equador, a 19º18’ ao norte do zênite da cidade do Prata.

Já no solstício de verão no hemisfério sul, ao meio dia, o Sol está no zênite da cidade de São Paulo, a 4º 09’ ao sul da cidade do Prata. Neste dia o Sol nasce no Leste – Sudeste e se põe no Oeste – Sudoeste, descrevendo seu arco de passagem no céu em cima do Trópico de Capricórnio.

A orientação pelos pontos cardeais usando o Sol como referência não é aconselhada diariamente. Isto é comprovado pelas figuras acima que foram feitas a partir de fotografias tiradas no local. Os livros escolares devem ser atualizados sobre como se orientar corretamente pelo Sol, porque se não, histórias como a que irei contar podem acontecer de verdade.

Perdido em alto mar Em Luanda, Capital de Angola, Luís e seu filho Pedro decidem sair para navegar em direção ao Brasil. Será uma longa jornada atravessando o Oceano Atlântico até chegar nas terras brasileiras. No meio da viagem Luís pega uma forte gripe durante uma tempestade e dois dias depois ele morre. Seu filho Pedro que tem apenas 11 anos se desespera por estar sozinho no meio daquele mar gigantesco. Ele aprendeu a navegar com o pai, mas não sabe se orientar muito bem.

Aí veio na sua cabeça a lembrança da aula de Geografia que ele teve na escola, onde aprendeu a se orientar pelo Sol. Apontando o braço direito para onde ele nasce, o Leste, a sua frente seria o Norte, a sua esquerda seria o Oeste e a suas costas estaria o Sul. Então ele decide esperar amanhecer para se orientar pelo nascer do Sol, sabendo onde é o Leste ele estaria pegando o caminho oposto, a Oeste para chegar no Brasil, pois ele sabia que estava entre a África e a América do Sul e navegando para Oeste ele com certeza atingiria algum estado do Nordeste brasileiro.

O dia amanhece e ele toma o seu suposto rumo a Oeste, a 180º do local onde o Sol nasceu. Pedrinho se esquece que este dia é 21 de dezembro, solstício de Verão no Hemisfério Sul. O Sol neste dia nasce no Trópico de Capricórnio, a 23º27’ ao Sul do Equador. Não sabendo que o Astro Rei só nasce no Leste e se põe no Oeste no primeiro dia dos equinócios, Pedrinho toma um rumo totalmente diferente daquele que desejado.

O Sol neste dia nasce aproximadamente no Leste-Sudeste e se põe aproximadamente no Oeste-Sudoeste. Pedrinho que teve o erro de apontar o braço direito para onde o Sol nasceu e se dirigiu para o lado oposto pensando que era o Oeste, na verdade foi em direção Oeste-Noroeste, pois este Ponto Sub-colateral é o oposto, ou melhor, esta a 180º do local onde o Sol nasceu neste dia do ano.

O garoto é encontrado quase morto na costa de São Vicente e Granadinas no Mar do Caribe a 3.500 km do seu destino, o Cabo de São Roque no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. A observação do nascer e do ocaso do Sol não é, portanto, muito eficiente para a orientação.

A observação diária do céu acima de nossas cabeças nos fornece a visão que nossos antepassados tinham em relação à natureza. Tendo a idéia de como os astros se movem, principalmente o Sol, não vamos ter dúvidas em relação à orientação errada que nos foi passada desde a infância pela maioria dos livros didáticos.

Fonte: "NOVAIS, G. T. Fundamentos de Astronomia para o ensino fundamental e médio. Monografia apresentada ao Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia UFU, para a obtenção do título de Bacharel. Uberlândia, 2003".

Ilusão de Movimento aparente[editar código-fonte]

É aquela produzida pela passagem rápida de estímulos visuais idênticos mas fixos, tal como a que vemos nos ecrãs de cinema.Marinaestelagraca (discussão) 01h19min de 11 de junho de 2009 (UTC)Responder