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Revisão das 11h19min de 4 de outubro de 2020

Planet Hemp
Informação geral
Origem Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
País Brasil
Gênero(s) Rap rock, funk rock, rap metal, funk metal, hip hop, rock psicodélico, hardcore punk, ragga
Período em atividade 1993 - 2001
2003, 2010, 2012 - 2016, presente
Gravadora(s) Sony Music
Afiliação(ões) O Rappa, Chico Science & Nação Zumbi, Charlie Brown Jr., Cypress Hill, Reginaldo Rossi, Criolo
Integrantes Marcelo D2
BNegão
Nobru Pederneiras
Pedrinho
Formigão
Ex-integrantes Skunk †
Bacalhau
Black Alien
Apollo 9
Negalê
Daniel Ganjaman
Seu Jorge
Zé Gonzales
Rafael Crespo
Jacksom

Planet Hemp [1][2] é uma banda brasileira de rap rock criada por Marcelo D2 e Skunk em 1993 no Rio de Janeiro, tendo como integrantes originais Marcelo D2, Skunk, Rafael Crespo, BNegão, Formigão e Bacalhau. O grupo tem um explícito posicionamento a favor da legalização da cannabis (maconha) e foi acusado de fazer apologia ao uso, fato que gerou muitas divergências[3] A banda voltou a se reunir no palco, no dia 20 de outubro de 2010 em uma festa organizada pela MTV Brasil em comemoração aos 20 anos da emissora no Brasil.[4]

História

Formação da banda e primeiros anos

A banda nasceu de um encontro entre Marcelo D2 e Skunk (Luís Antonio da Silva Machado, 1967-1994 [5][6] ) no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Marcelo, que, na época, era vendedor ambulante de camisetas de rock, usava uma camiseta da banda hardcore Dead Kennedys. Skunk deu início a um diálogo, falando sobre música todo o tempo. Assim nasceu a amizade entre os dois. Originalmente, a Planet Hemp era para ser uma banda de rock, mas nenhum dos dois sabia tocar um instrumento. Por isso, optaram pelo rap. O nome da banda foi tirado da revista americana High Times, especializada em cannabicultura, ou seja, sobre o cultivo de maconha: hemp, em inglês, significa "cânhamo". Devido ao nome, anos mais tarde o grupo inteiro foi preso por fazer apologia às drogas.[7]

O Planet Hemp não ficaria limitado musicalmente ao rap: logo, Rafael Crespo, Bacalhau e Formigão vieram se juntar a Marcelo D2 e Skunk, trazendo, para o Planet Hemp, guitarra, bateria e baixo, e fazendo com que as letras de rap de Marcelo e Skunk recebessem um ritmo totalmente novo e original, batizado pela banda como "Raprocknrollpsicodeliahardcoreragga", devido à mescla entre a psicodelia das guitarras, o rap dos vocais e diversas outras influências musicais da banda. Registraram somente uma única fita demo e seguiram o circuito alternativo em apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e em festivais como o Festival Junta Tribo (Campinas) e Superdemo. Em 1994, a morte de Skunk, em decorrência da AIDS, quase decretou o fim do grupo. Mas BNegão, que era presente em todos os concertos, assumiu o outro vocal.[7] A banda conseguiu um contrato com a Sony Music (Superdemo / Chaos), de Elza Cohen, e gravou três álbuns: Usuário (1995), Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára (1997) e A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000).

1995: Usuário

Lançado em março de 1995, o disco Usuário contava com hits como "Legalize Já" que se transformou em hit, apesar do videoclipe ter sofrido censuras. Mas o grupo não chamou atenção somente pelas letras que falam de maconha e legalização. As 17 faixas não se restringem à legalização apenas. O álbum tem na sonoridade uma fusão bombástica entre vários gêneros, extraido da guitarra de Rafael Crespo, do baixo de Formigão, da bateria de Bacalhau e de participantes igualmente inovadores, como o DJ Zé Gonzales ou o vocalista Black Alien. O grupo mostrava-se completamente antenado com as novas tendências norte americanas do rock, onde buscavam influências da cultura negra como meio de renovação. Deste período, surgiram nomes consagrados internacionalmente como o Rage Against the Machine.[8]

1996-1997: Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára e a prisão da banda

Cento e cinquenta mil cópias depois, e com concertos agendados por todo Brasil, o Planet Hemp entrou em estúdio em 1996 para gravar seu segundo disco, que levaria o profético título Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára.[9][10]

Profético porque, com o sucesso da banda, grupos mais conservadores de algumas regiões começaram a movimentar-se para impedir concertos, afixação de cartazes ou até mesmo aparições dos Planet Hemp em suas cidades. Cada vez mais conhecidos e reconhecidos como um grupo à frente do que estava a ser feito em seu próprio país, a tensão foi aumentando e culminou com a prisão dos membros durante um concerto em Brasília (capital federal), por suposta apologia às drogas. O tiro saiu pela culatra. Com a prisão, vários setores a favor do movimento pró-despenalização ou descriminalização dos consumidores de drogas leves, como políticos, ONG’s, artistas e comunicação social, levantaram-se contra aquela arbitrariedade. O Planet Hemp, além de fãs, músicas nas rádios e com discos a esgotarem nas lojas, ganhariam espaço nos telejornais. Após um habeas corpus, e um longo processo vencido, a “caravana” seguiu, tornando-se numa das bandas mais famosas e solicitadas do mercado. O disco Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára, CD gravado no final de 1996, mixado nos Estados Unidos, trouxe outra qualidade à já consagrada banda, obtendo Disco de Platina.[11]

O vocalista BNegão saiu da banda, sendo substituído por Black Alien, mas não deixou de emprestar sua voz para o novo disco, em faixas com "Hip Hop Rio" e "100% Hardcore". Zé Gonzales nas picapes, Apollo 9 nos teclados completaram a formação básica do álbum. Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára é hardcore com influência de jazz, bossa-nova e até samba. Destaque para a faixa "Queimando Tudo", uma crítica bem humorada á perseguição que os caras sofreram em várias cidades brasileiras, por falarem sobre a legalização da maconha. Em 1997 a banda foi novamente presa após um show, por apologia às drogas, na maioria dos seus shows, a eventual intervenção da polícia provocava brigas e confusões. O Planet Hemp já tocou com Black Alien & Speed, Beastie Boys, Cypress Hill e lotou o Metropolitan (atual Citibank Hall) em um concerto conjunto com os Raimundos, com público de mais de 6 mil pessoas.[7][12]

1998-2000: Carreira solo de D2 e terceiro disco

Com a notoriedade, Marcelo D2 precisou de um tempo para recompor suas ideias e resolveu apostar num trabalho solo antes de avançar para o terceiro disco do Planet Hemp. Em 1998; rumou para os EUA para gravar o aclamado “Eu Tiro é Onda”, um trabalho ousado de fusão entre o samba carioca e o hip hop dos guetos americanos. Produzido pelo norte-americano Mario Caldato Jr., o mesmo dos lendários Beastie Boys , Marcelo D2 alcançou com este trabalho, também, o reconhecimento artístico de um compositor visionário que interpreta as influências da música estrangeira sob a óptica de um rapaz dos subúrbios do Rio de Janeiro e que cresceu a ouvir Cartola, João Nogueira, Bezerra da Silva e escolas de samba, antes de tocar o primeiro disco de punk rock ou rap.

Em 2000 o Planet Hemp conclui seu trabalho, "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça", e "Ex-Quadrilha da Fumaça" começa a ser executada em várias rádios. A última formação contou com Marcelo D2 (vocal), BNegão (vocal), Formigão (baixo), Rafael Crespo (guitarra), Pedrinho(bateria), Zé Gonzales (DJ) e Apolo 9 (teclados). Em 1996 fizeram um show, junto com O Rappa.[13], e em 1997 tiveram duas indicações no Video Music Brasil 1997.

2001-2003: MTV Ao Vivo : Planet Hemp e fim da banda

Sucesso, fama, reconhecimento, concertos no Brasil e em países como os EUA, Canadá, Japão, Holanda e Portugal. Em homenagem à primeira década de existência do grupo, que ainda tinha energia para gastar , a MTV brasil produziu o MTV ao Vivo: Planet Hemp, de 2001, que foi lançado em CD e DVD , e foi transmitido no mesmo canal. No mesmo ano, a banda terminou por conta de brigas entre os membros da banda, além da preferência dada por Marcelo D2 à sua carreira solo.[7]

Em Julho de 2003, a boa notícia: o público português poderia rever ou conhecer a banda mais polêmica do Brasil, no primeiro dia do festival Vilar de Mouros 2003. Com o sol ainda no cima, o Planet Hemp fez um dos melhores concertos do evento. Meios de comunicação como o jornal “O Público”, o musical Blitz e os canais “SIC Radical” e Sol Música, foram generosos nos elogios e classificaram aquele como “um dos concertos mais empolgantes do Verão”.

2010: Reunião no VMB

A banda voltou a se reunir no palco do Armazém 2, no Píer Mauá na cidade do Rio de Janeiro, no dia 20 de outubro de 2010 em uma festa organizada pela MTV Brasil em comemoração aos 20 anos da emissora no Brasil. O "pocket-show" teve a apresentação das músicas "Dig Dig Dig", "Legalize Já", "Stab", "Mantenha o Respeito", "Queimando Tudo" e "Seus Amigos". Apesar da aclamação do público no local ou via Twitter, Marcelo D2 escreveu no seu microblog que não há planos de uma reunião da banda para uma "mini-turnê", que esta apresentação foi como "tocar em um aniversário de um amigo sem babaquice ou pressão…".[14]

2012-2013: D2 anuncia show no Circo Voador via Twitter e Box Planet Hemp

Desde a confirmação de Marcelo D2 sobre a única apresentação do Planet Hemp em comemoração aos 30 anos do Circo Voador, os fãs da banda aguardavam ansiosamente pela liberação da venda dos ingressos para o show do dia 28 de setembro de 2012. O site apresentou problemas e ficou fora do ar e uma longa fila se formou em volta do Circo] onde os ingressos se esgotaram em menos de uma hora. em 2013 o grupo também para comemorar o retorno aos palcos a Sony coloca no mercado O “Box Planet Hemp” apresenta os quatro álbuns e um EP do grupo carioca – Usuário (1995), Hemp New Year (EP, 1996), Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára (1997), A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000) e MTV Ao Vivo (2001). Todos encartados em embalagens simples de papelão. Além disso, estão ali um livreto caprichado com os encartes de todos os discos e um CD especial, distribuído no Natal de 1996 apenas entre os amigos da banda.


2018 - Banda completa 25 anos e ganha o filme e o livro

No dia 24 de julho de 2018, o Planet Hemp completou 25 anos desde o seu primeiro show, no Garage (RJ), conforme consta da biografia oficial da banda. O livro "Mantenha o Respeito"[1] (Belas Letras, 496 páginas), de Pedro de Luna, conta toda a história, desde o antes (com o Skunk e a cena under carioca dos anos 1980 e, depois, 1990), todo o desenrolar da carreira do grupo, até a pausa de longos anos inativos. O livro também narra o que cada integrante fez em carreira solo enquanto o Planet hibernava, e o que aconteceu a partir da volta aos palcos. "Planet Hemp: mantenha o respeito"[2] foi lançado em dezembro de 2018 em headshops e growshops Brasil afora. Em 2019 o autor continuou rodando o país e promovendo eventos de lançamento.

No mesmo ano chegou ao cinema "Legalize Já - Amizade Nunca Morre"[3], contando a amizade entre Skunk e Marcelo D2. Veja o filme e leia o livro. Ou vice-versa. Até a última ponta, até o último ponto.

Integrantes

Formação atual

Ex-integrantes

Linha do Tempo

Discografia

Singles e Videoclipes
  • "Legalize Já" (1995)
  • "Dezdasseis/Dig Dig Dig (Hempa)" (1996)
  • "Queimando Tudo" (1997)
  • "Zerovinteum" (1997)
  • "Adoled (The Ocean)" (1998)
  • "Matenha o Respeito" (Ao Vivo no MTV 5 Anos de Chaos) (1998)
  • "Ex-Quadrilha da Fumaça" (2000)
  • "Quem Tem Seda?" (2000)
  • "Contexto" (2000)
  • "Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga" (2001)

Prêmios e indicações

Ano Prêmio Categoria Resultado
1995 MTV Video Music Brasil 1995 Melhor Videoclipe de Artista Revelação Indicado
1995 MTV Video Music Brasil 1995 Melhor Videoclipe de Rock Indicado
1997 MTV Video Music Brasil 1997 Escolha da Audiência Indicado
1997 MTV Video Music Brasil 1997 Melhor Videoclipe de Rock Indicado

Filmografia

Bibliografia

Referências

  1. Tom Cardoso (Setembro de 2000). «Maconha e política no palco do Planet Hemp». UOL 
  2. Silvio Essinger (Maio de 2000). «Planet Hemp é brasa, não é cinza». UOL 
  3. «Cliquemusic : Matéria : Maconha e política no palco do Planet Hemp». cliquemusic.uol.com.br. Consultado em 27 de julho de 2010 
  4. «Planet Hemp». whiplash.net/. Consultado em 27 de julho de 2010 
  5. O apelido Skunk vem dos anos 1980, quando Luís Antônio raspou parte dos cabelos, deixando um topete, no estilo "moicano", para ir a uma festa punk. Uma vez que, no dia seguinte, tinha que ir trabalhar e não poderia aparecer no escritório com aquele corte de cabelo, decidiu raspar toda a cabeça, logo depois da festa, ficando careca, ao estilo skinhead. Assim, descobriu que era um skunk: num dia, skin; no outro, punk. E sempre frisava: "Skunk com u". Cf. Pedro de Luna, Planet Hemp - Mantenha o respeito. Caxias do Sul: Belas Letras, 2018.
  6. Biografia incendiária da banda Planet Hemp mantém o respeito pelo leitor ao reacender polêmicas dos anos 1990. Por Mauro Ferreira. G1, 4 de janeiro de 2019.
  7. a b c d «Cliquemusic : Artista : Planet Hemp». cliquemusic.uol.com.br. Consultado em 27 de julho de 2010 
  8. «Planet Hemp grava seu primeiro disco ao vivo». UOL. Maio de 2001 
  9. Marco Antonio Barbosa (Junho de 2002). «Planet Hemp pela América do Norte». UOL 
  10. Marco Antonio Barbosa (Julho de 2001). «O cerco aos homens-fumaça». UOL 
  11. Silvia D (Março de 2001). «Sagaz Homem Fumaça volta à Lapa». UOL 
  12. «Usina de Letras». www.usinadeletras.com.br. Consultado em 27 de julho de 2010 
  13. «Hey Joe - O Rappa e Planet Hemp VMB 1996 - O Rappa - Palco Principal». palcoprincipal.sapo.mz. Consultado em 27 de julho de 2010 
  14. «Cultura > Planet Hemp volta aos palcos no Rio > 21 de outubro de 2010». Jornal O São Gonçalo online. Consultado em 21 de outubro de 2010 [ligação inativa]
  15. Baixo em "Speed Funk" e "Skunk" Blog Speedfreaks A Lenda Viva
  16. a b «Planet Hemp». ABPD. Consultado em 11 de agosto de 2010 
  17. 'Legalize Já' traz história inédita sobre a amizade de Marcelo D2 e Skunk do Planet Hemp. Folha de S. Paulo, 3 de outubro de 2018

Ligações externas

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