Haliotis tuberculata

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H. tuberculata, da subespécie coccinea.
H. tuberculata, da subespécie coccinea.
H. tuberculata, da subespécie lamellosa; anteriormente descrita como espécie distinta: Haliotis lamellosa, Lamarck, 1822, agora em desuso.[1]
H. tuberculata, da subespécie lamellosa; anteriormente descrita como espécie distinta: Haliotis lamellosa, Lamarck, 1822, agora em desuso.[1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Clado: Vetigastropoda
Classe: Gastropoda
Superfamília: Haliotoidea
Família: Haliotidae
Género: Haliotis
Linnaeus, 1758[2]
Espécie: H. tuberculata
Nome binomial
Haliotis tuberculata
Linnaeus, 1758[2]
Vídeo de H. tuberculata (no áudio, em espanhol: "deslocamiento de una oreja de mar, Haliotis tuberculata").
Sinónimos
Haliotis striata Linnaeus, 1758
Haliotis vulgaris da Costa, 1778
Haliotis pellucida von Salis, 1793
Haliotis lamellosa Lamarck, 1822
Haliotis marmorata O. G. Costa, 1829
Haliotis speciosa Reeve, 1846
Haliotis aquatilis Reeve, 1846
Haliotis incisa Reeve, 1846
Haliotis janus Reeve, 1846
Haliotis japonica Reeve, 1846
Haliotis reticulata Reeve, 1846
Haliotis coccinea Reeve, 1846
Haliotis zealandica Reeve, 1846
Haliotis adriatica Nardo, 1847
Haliotis lucida Requien, 1848
Haliotis ormier Dautzenberg, 1891
Haliotis canariensis F. Nordsieck, 1975
(WoRMS)[2]

Haliotis tuberculata (popularmente conhecida em português e inglês por abalone, em português por orelha, também em inglês britânico por ormer, common ormer ou green ormer, em espanhol por oreja de mar e abulone, em francês por oreille de mer ou ormeau, em italiano por orecchia marina e em alemão por meerohr) é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Haliotidae. Foi classificada por Linnaeus, em 1758, sendo nativa do leste do oceano Atlântico, em águas rasas do oeste da Europa, Mar Mediterrâneo, noroeste da África e oeste do Oriente Médio; também introduzida no oceano Índico (Golfo de Aqaba).[2][3][4][5] Ocorre do litoral do Marrocos a Senegal, no oeste da África, onde recebeu a denominação de Haliotis speciosa Reeve, 1846, agora em desuso.[6]

Descrição da concha[editar | editar código-fonte]

Concha com até 8 centímetros,[3] com superfície lisa ou rugosa de coloração variada, de cinzenta a marrom, ou de esverdeada a vermelha,[7] geralmente marmoreada, podendo apresentar manchas em verde, branco, marrom e amarelo;[8] dotada de estrias espirais como relevo, cruzadas por estrias de crescimento e com 4 a 7 perfurações abertas (tremata) em sua superfície.[9] Região interna da concha madreperolada, apresentando o relevo da face externa visível.[10][11][12]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

A distribuição de Haliotis tuberculata se estende pelo nordeste do oceano Atlântico, das Ilhas do Canal e costas da França (até Fermanville, marcando o extremo norte de sua distribuição original), passando por Galiza, Canárias, Cabo Verde, Açores e a costa norte da África (indo da Mauritânia ao Senegal) e adentrando o Mar Mediterrâneo, pelo Mar de Alborão, onde se apresenta com mais frequência a subespécie H. tuberculata lamellosa; indo por todo o sul da Europa ocidental e também habitando o Mar Adriático, Mar Egeu e as costas da Líbia, Egito, Israel, até mesmo introduzida no golfo de Aqaba (oceano Índico),[5] e Síria.[2][4] Ocorre do litoral do Marrocos a Senegal, no oeste da África, onde recebeu a denominação de Haliotis speciosa Reeve, 1846, agora em desuso.[6] Foi introduzida na Irlanda, em Galway, entre 1976 e 1977.[2] Vivem desde a zona entremarés até profundidades de 5 metros.[3] Em 2012 foi descrita uma nova subespécie, H. tuberculata fernandesi (em Cabo Verde), com estudo comparativo entre esta e H. tuberculata coccinea (das Canárias).[7][8]

Trata-se de uma espécie presente no território português, incluindo a zona económica exclusiva.[2]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Os espécimes hoje denominados Haliotis tuberculata já estiveram sob táxon distintos no passado: Haliotis tuberculata[2] e Haliotis lamellosa.[1] Atualmente esta última espécie se coloca como subespécie: Haliotis tuberculata lamellosa,[2] com Yunus D. Mgaya elaborando a seguinte chave (transcrita de Poutiers, 1993) para identificá-las:

  • Concha relativamente grande. De um oval arredondado, em linhas gerais. Superfície externa com ondulações radiais bastante superficiais.[4] / Haliotis tuberculata tuberculata Linnaeus, 1758
  • Concha relativamente pequena, De um oval alongado, em linhas gerais. Superfície externa com dobras radiais, fortes e irregulares.[4] / Haliotis tuberculata IamelIosa Lamarck, 1822

Subespécies de H. tuberculata[editar | editar código-fonte]

De acordo com o WoRMS, existem quatro subespécies atualmente descritas:[2]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c «Haliotis lamellosa Simone, 1998» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016 
  2. a b c d e f g h i j «Haliotis tuberculata» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016 
  3. a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 20. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b c d Mgaya, Yunus D. «Synopsis of Biological Data on the European Abalone ("Ormer") Haliotis tuberculata Linnaeus, 1758 (Gastropoda: Haliotidae (PDF) (em inglês). FAO Fisheries Synopsis No. 156. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016 
  5. a b Shpigel, M.; Marshall, A.; Lupatsch, I.; Mercer, J. P.; Neori, A. (dezembro de 1996). «Acclimation and Propagation of the Abalone Haliotis tuberculata in a Land-Based Culture System in Israel» (em inglês). Journal of the World Aquaculture Society. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  6. a b «Haliotis speciosa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 22 de maio de 2016 
  7. a b c «Haliotis coccinea Reeve, 1846» (em inglês). Save our oceans. Junho de 2010. 1 páginas. Consultado em 10 de maio de 2016 
  8. a b c Owen, Buzz; Ryall, Peter; Pan, Aaron D. «Iconography and distribution of the Cape Verde Island Abalone, Haliotis tuberculata fernandesi Owen & Afonso, 2012, with comparisons to H. tuberculata coccinea Reeve, 1846, of the Canary Islands.» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016 
  9. FISH, J. D.; FISH, S. (1996). A Student's Guide to the Seashore (em inglês) 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 223. 580 páginas. ISBN 0-521-46279-7 
  10. a b «Haliotis tuberculata tuberculata» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  11. a b «Haliotis tuberculata lamellosa» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  12. a b «Haliotis tuberculata coccinea» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 3 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]