Insurgência curda no Iraque em 1975–1979
Insurgência curda no Iraque em 1975–1979 | ||||
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Conflito curdo-iraquiano | ||||
Data | 1975–1979 | |||
Local | Norte do Iraque | |||
Desfecho | Indeciso; Rebelião curda de 1983 | |||
Beligerantes | ||||
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Comandantes | ||||
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Baixas | ||||
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A insurgência curda no Iraque em 1975–1979 foi uma rebelião de baixo nível entre 1975 e 1979 da União Patriótica do Curdistão contra o Iraque Baathista, após a derrota do Partido Democrático do Curdistão na Segunda Guerra Curdo-Iraquiana, que forçou a organização a declarar um cessar- fogo e passar para o exílio no Irã. Devido à falta de apoio estrangeiro, os guerrilheiros da União Patriótica do Curdistão só conseguiram operar nas regiões mais altas das montanhas do sul do Curdistão.[2] Durante o período de militância, a União Patriótica do Curdistão imergiu em uma crise política com o Partido Democrático do Curdistão, o que levou o último a se engajar em uma intensa guerra intra-curda, atingindo o ápice em 1977. A insurgência da União Patriótica do Curdistão mais tarde transformaria-se numa aliança com as forças iranianas durante a Guerra Irã-Iraque e em um apoio pelo Irã a rebelião curda de 1983.
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
A autonomia no Curdistão iraquiano foi originalmente traçada em 1970 como Região Autônoma Curda após a aprovação de um Acordo de Autonomia entre o governo do Iraque e os líderes da comunidade curda iraquiana. Uma Assembleia Legislativa foi estabelecida na cidade de Arbil com autoridade teórica sobre as províncias curdas de Erbil, Dahuk e As Sulaymaniyah. No entanto, o plano de autonomia entrou em colapso devido a uma disputa pela cidade rica em petróleo de Kirkuk, resultando na Segunda Guerra Curdo-Iraquiana de 1974-1975.
Depois do Acordo de Argel de 1975, quando o Partido Democrático do Curdistão perdeu o apoio iraniano, o grupo foi derrotado e forçado a se exilar em março de 1975, enquanto os militares iraquianos reafirmaram o controle sobre todo o norte do Iraque.[3] Como resultado, a União Patriótica do Curdistão foi formada em julho de 1975 em Damasco, na Síria, por um ramo de ex-membros do Partido Democrático do Curdistão, liderado por Jalal Talabani.
Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]
Inicio da insurgência[editar | editar código-fonte]
As forças da União Patriótica do Curdistão começaram a confrontar com as forças armadas iraquianas no final de 1975, logo após a Segunda Guerra Curdo-Iraquiana, e continuariam até 1976.[3] Essas incursões pela União Patriótica do Curdistão contra o governo iraquiano não foram vistas favoravelmente por Mustafa Barzani, líder do Partido Democrático do Curdistão.
Combates entre curdos[editar | editar código-fonte]
Na sequência da Segunda Guerra Curdo-Iraquiana, os grupos do Partido Democrático do Curdistão emboscaram e mataram combatentes da União Patriótica do Curdistão em várias ocasiões entre 1976 e 1977.[4] Pequenos confrontos entre os dois partidos ocorreram em julho de 1976, janeiro de 1977 e fevereiro de 1977.[3] Talabani jurou vingança e em vários momentos ordenou que suas tropas disparassem contra as tropas do Partido Democrático do Curdistão - mas sofria de fraquezas operacionais em comparação com o grupo rival.
Após o retorno de Talabani ao Iraque de seu exílio em Damasco em 1977, ele organizou a União Patriótica do Curdistão em tropas peshmerga, estabelecendo seu quartel-general em Nawkan (Curdistão iraniano) e nos Montes Qandil (Curdistão do Sul). Os primeiros combates intensos entre ambos ocorreram na área de Baradust em abril de 1978, quando a força de 800 combatentes da União Patriótica do Curdistão de Ali Askari foram atacados pelos peshmerga do Partido Democrático do Curdistão, liderado por Sami Abd al-Rahman. A força inferior de Askari foi esmagada pelos 7.500 soldados do Partido Democrático do Curdistão e cerca de 700 foram mortos, incluindo a captura e a execução do próprio Askari. Essa derrota fez com que muitos membros da União Patriótica do Curdistão o abandonassem em busca de uma liderança mais forte e mais eficaz.[3]
A contenda e a ruptura continuariam ao longo dos anos de 1970, quando o Partido Democrático do Curdistão, a União Patriótica do Curdistão e o Partido Democrático do Curdistão Iraniano disputaram a influência e o financiamento pelos estados vizinhos.[5]
Resultado[editar | editar código-fonte]
A União Patriótica do Curdistão e o Partido Democrático do Curdistão alinhariam-se em conjunto com o Irã na Guerra Irã-Iraque, que eclodiu em 1980. Durante a guerra entre o Irã e o Iraque, uma rebelião curda ocorreu no norte do Iraque, iniciada tanto pela União Patriótica do Curdistão quanto pelo Partido Democrático do Curdistão. Com o apoio das forças iranianas, os rebeldes conseguiriam obter o controle de várias partes do Curdistão, porém após o cessar-fogo entre o Irã e o Iraque entrar em vigor, os rebeldes curdos seriam esmagados pela campanha de Al-Anfal.
Referências
- ↑ Lortz, M. G. Willing to Face Death: A History of Kurdish Military Forces - the Peshmerga - From the Ottoman Empire to Present-Day Iraq. 2005: p.52. «Archived copy». Arquivado do original em 27 de julho de 2015
- ↑ Galbraith, Peter (2006), The End of Iraq: How American Incompetence Created a War without End. Simon and Schuster. ISBN 0-7432-9423-8
- ↑ a b c d Willing to face Death: A History of Kurdish Military Forces – the Peshmerga – from the Ottoman Empire to Present-Day Iraq (page 67) Arquivado em 2013-10-29 no Wayback Machine, Michael G. Lortz
- ↑ McDowall, David. A Modern History of the Kurds. London: I.B. Tauris, 2007 ed. p. 344
- ↑ McDowall, David. A Modern History of the Kurds. London: I.B. Tauris, 2007 ed. p. 346
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «PUK insurgency».