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José Jurberg

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José Jurberg
José Jurberg
José Jurberg em seu laboratório na Fundação Oswaldo Cruz
Nascimento 24 de julho de 1936 (87 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Alma mater Faculdade de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro,
atual Universidade Federal Fluminense
Ocupação Entomologia médica
Prêmios Medalha comemorativa ao centenário da Fundação Oswaldo Cruz,
Medalha em homenagem ao trabalho e dedicação às coleções científicas do Instituto Oswaldo Cruz (2008)
Medalha no centenário da descoberta da doença de Chagas (2009)

José Jurberg (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1936) foi pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz por 62 anos.[1] Formado pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal Fluminense, em 1960. Notabilizou-se como um dos maiores especialista em taxonomia de barbeiros, tendo criado uma tribo, três gêneros e descrito 26 novas espécies de insetos. Orientou mais de 60 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado na área da Entomologia Médica

Aluno de Herman Lent[2][3] e Hugo de Souza Lopes[4], dois dos 10 cientistas mais tarde cassados pelo episódio conhecido como Massacre de Manguinhos[5], trabalhou durante cerca de vinte anos, preservando o acervo de mais de um milhão e duzentas mil espécies da coleção entomológica do Instituto Oswaldo Cruz, localizada hoje no Castelo Mourisco da Fundação Oswaldo Cruz, mesmo durante a ditadura militar, quando este acervo foi transferido para local inadequado.

Em 1998, obteve o titulo de Doutor em Ciências Veterinárias, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, tendo como orientador o Dr. Nicolau Maués da Serra Freire. Na época, o colegiado da Pós-Graduação, após a análise do seu currículo vitae, isentou-o de cursar os créditos oferecidos, dando lhe a oportunidade de apresentar a tese baseada nas descobertas que tinha realizado no campos da Triatominologia em 34 anos.

Pesquisador titular aposentado do Instituto Oswaldo Cruz, Jose Jurberg[1] foi chefe do Departamento de Entomologia e foi chefe do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos, desde 1989, quando o laboratório, criado em 1909 e dirigido por Arthur Neiva e Herman Lent, foi avaliado e selecionado por uma comissão do Ministério da Saúde para sediar o Centro de Referência. Há mais de 100 anos, este laboratório se dedica à formação de recursos humanos e à identificação de espécies de triatomíneos (barbeiros), transmissores da doença de Chagas. E ao longo desse período, construiu o maior acervo mundial de barbeiros com cerca de 24 mil exemplares, apesar das ameaças e dos cortes de verbas.

Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por mais de 50 anos. Publicou mais de 200 artigos em revistas científicas, descrevendo três novos gêneros, uma tribo e 26 espécies de insetos. Autor ainda do Atlas Iconográfico dos Triatomíneos do Brasil[6][7], de vários capítulos de livro. Atualmente, como bolsista da Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec - https://www.fiotec.fiocruz.br) , edita uma coleção de gibi de divulgação científica sobre doença negligenciadas. Já foram publicadas HQs sobre doença de Chagas; Dengue, Zika e Chikungunya e, no momento, edita uma sobre carrapatos e outra sobre malária. A primeira história em quadrinhos sobre doença de Chagas foi adapatada para um vídeo disponível no YouTube. Foi um dos idealizadores, em 1994, e um dos editores por muitos anos da Revista “Entomologia y Vectores, uma coedição Brasil/Argentina. Formou mais de 60 mestres, doutores e especialistas em entomologia médica.

Seu hobby, nas horas vagas, é a pintura à qual se dedica há cerca de 30 anos.

Produção científica[editar | editar código-fonte]

Tribo criada[editar | editar código-fonte]

  • Linshcosteini – Carcavallo, Jurberg, Lent, Noireau & Galvão, 2000.

Gêneros criados[editar | editar código-fonte]

  • Horciasinus – Carvalho & Jurberg, 1974.
  • Hermanlentia – Jurberg & Galvão, 1997.
  • Torrealbaia – Carcavallo, Jurberg & Lent, 1998.

Espécies novas descritas[editar | editar código-fonte]

  • Psammolestes tertius – Lent & Jurberg. 1965
  • Tydides guatuor – Lent & Jurberg. 1966
  • Horciasinus amazonicus – Carvalho & Jurberg. 1976
  • Horciasinus nordicus – Carvalho & Jurberg. 1976
  • Horciasinus xavantinus – 1976
  • Blaberus duckei – Jurberg, Albuquerque, Rebordões, Gonçalvez & Felippe. 1977
  • Blaberus affinis – Jurberg, Albuquerque, Rebordões, Gonçalvez & Felippe. 1977
  • Blaberus peruvianus – Jurberg, Albuquerque, Rebordões, Gonçalves & Felippe. 1977
  • Poeciloderrhis imperialis - Rocha e Silva & Jurberg. 1978
  • Rhodnius stali – Lent, Jurberg & Galvão. 1993
  • Triatoma gomeznunesi – Martinez, Carcavallo & Jurberg. 1994
  • Belminus laportei – Lent, Jurberg & Carcavallo. 1995
  • Triatoma carcavalloi – Jurberg, Rocha & Lent. 1998
  • Rhodnius colombiensis – Mejia, Galvão & Jurberg. 1999
  • Meccus bassolsae – Aguilar, Nogueda Torres, Cortez Jimenez, Jurberg, Galvão & Carcavallo. 1999
  • Triatoma baratai – Carcavallo & Jurberg. 2000
  • Rhodnius milesi – Carcavallo, Rocha, Galvão e Jurberg. 2001
  • Panstrongylus sherlocki - Jurberg, Carcavallo & Lent. 2001
  • Triatoma klugi – Carcavallo, Jurberg, Lent & Galvão. 2001
  • Triatoma sherlocki – Pappa, Jurberg, Carcavallo, Cerqueira & Barata. 2002
  • Triatoma vandae – Carcavallo, Jurberg, Rocha, Galvão, Noireau & Lent. 2002
  • Linshcosteus karufus – Galvão, Patterson, Rocha, Jurberg, Carcavallo, Rajen Ambrose & Miles. 2002
  • Triatoma infestans infestans – Galvão, Carcavallo, Rocha & Jurberg. 2003
  • Brontostoma daughertyae – Gil Santana, Lopes, Marques & Jurberg. 2005
  • Rhodnius zeledoni – Jurberg, Rocha & Galvão. 2009
  • Triatoma pintodiasi – Jurberg, Cunha & Rocha. 2013

Homenagens em espécies batizadas com seu nome[editar | editar código-fonte]

  • Triatoma jurbergi – Carcavallo, Galvão & Lent, 1998.[8]
  • Helgaia jurbergi – Lopes & Oliveira, 2001.
  • Culicoides jurbergi – Felippe-Bauer, 2005.[9]

Láureas, homenagens e medalhas[editar | editar código-fonte]

  • João Florentino de Meira Vasconcellos pela Academia Nacional de Farmácia, 2016.[10]
  • Na reintegração dos 10 cientistas cassados no episódio conhecido como “Massacre de Manguinhos” pela sua resistência durante a Ditadura Militar, 1986.
  • Medalha comemorativa ao centenário da Fundação Oswaldo Cruz.
  • Medalha em homenagem ao trabalho e dedicação às coleções científicas do Instituto Oswaldo Cruz, 2008.
  • Medalha no centenário da descoberta da doença de Chagas, 2009.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «:: IOC | 110 anos ::». www.ioc.fiocruz.br. Consultado em 18 de outubro de 2018 
  2. «Herman Lent morre aos 93 anos». AGÊNCIA FAPESP. Consultado em 19 de outubro de 2018 
  3. Lent, H. (1978). O Massacre de Manguinhos. [S.l.]: Editora Avenir. 
  4. Oliveira, Sebastiäo José de; Oliveira, Sebastiäo José de (1989). «A vida profissional de Hugo de Souza Lopes». Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 84: III–IV. ISSN 0074-0276. doi:10.1590/S0074-02761989000800002 
  5. «Um resgate do Massacre de Manguinhos | Radis - comunicação em saúde». www6.ensp.fiocruz.br. Consultado em 19 de outubro de 2018 
  6. Carcavallo, Girón, Jurberg, Lent, (1999). Atlas dos Vetores da doença de Chagas nas Américas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz 
  7. José, Jurberg,; S, Rodrigues, Juliana M.; F, Moreira, Felipe F.; Carolina, Dale,; S, Cordeiro, Isabelle R.; D, Lamas Júnior, Valdir; Cleber, Galvão,; S, Rocha, Dayse (2014). «Atlas iconográfico dos triatomíneos do Brasil (vetores da doença de Chagas)» 
  8. Carcavallo, R. Galvão C., Jurberg, J.Triatoma jurbergi sp. no do Norte do Estado do Mato Grosso, Brasil (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae) com uma Atualização das Sinonímias e outros Táxons. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Vol 93 (4): 459-464.
  9. Felippe-Bauer, Maria Luiza; Cáceres, Abraham G.; Silva, Cristiane S.; Valderrama-Bazan, William; Gonzales-Perez, Antero (fevereiro de 2005). «A new Culicoides (Diptera:Ceratopogonidae) of the subgenus Diphaomyia from Peru». Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 100 (1): 51–53. ISSN 0074-0276. doi:10.1590/S0074-02762005000100010 
  10. «Academia». www.academiafarmacia.org.br. Consultado em 20 de outubro de 2018