Josué Martins Romão

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Josué Martins Romão
Josué Martins Romão
Dados pessoais
Nascimento 13 de abril de 1918
Moita
Morte 30 de outubro de 2006 (88 anos)
Coimbra
Nacionalidade Portugal
Partido PCP
Serviço militar
Condecorações Ordem da Liberdade

Josué Martins Romão (Moita, 13 de abril de 1918 - Coimbra, 30 de outubro de 2006) foi um membro do Partido Comunista Português e resistente antifascista, participante da Revolta dos Marinheiros de 1936.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na Moita do Ribatejo em 13 de Abril de 1918. Filho de pai operário e mãe doméstica. Após concluir a escola primária, na Moita, trabalhou como auxiliar no sanatório Rainha D. Amélia no Lumiar e mais tarde nos trabalhos de reparação da via férrea para a CP. Aos 16 anos ingressou como voluntário na Marinha de Guerra Portuguesa, no Arsenal do Alfeite. Dois anos mais tarde, em 8 de Setembro de 1936 participou na Revolta dos Marinheiros contra a ditadura fascista do Estado Novo a bordo do navio “Bartolomeu Dias”. Em consequência deste ato, foi preso juntamente com os seus companheiros marinheiros na Penitenciária de Lisboa e julgado por um Tribunal Político que o condenou a uma pena de 16 anos de trabalhos forçados no Campo de Concentração do Tarrafal [1], recentemente criado por decreto de António de Oliveira Salazar. Com apenas 18 anos, Josué Martins Romão inaugurou então, juntamente com outros camaradas marinheiros e companheiros antifascistas, aquele que ficou conhecido como o Campo da Morte Lenta. Aí cumpriu integralmente a pena à qual fora condenado, tendo sofrido humilhações e castigos vários, inclusivamente o isolamento na “frigideira”, uma construção em cimento exígua, exposta ao sol e sem ventilação que servia para os castigos mais severos. No Campo de Concentração do Tarrafal tornou-se militante do PCP, partido que representou e defendeu até ao fim dos seus dias. Em 1952 foi libertado e regressou a Portugal. Nesse mesmo ano casou com Margarida Amélia Ferreira do Carmo e passou a residir em Alverca do Ribatejo, freguesia do concelho de Vila Franca de Xira. Integrou os corpos gerentes de várias colectividades de Alverca do Ribatejo e demonstrou ser sempre um cidadão pró-activo e preocupado com os direitos de todos os alverquenses. Após o 25 de Abril de 1974 foi re-integrado na Marinha de Guerra Portuguesa com o posto de Sargento-Ajudante e fez parte do Clube de Sargentos e também da Associação 25 de Abril.

Em 1999 o presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou Josué Martins Romão com a Ordem da Liberdade [2].

Faleceu aos 88 anos, na madrugada de 30 de outubro de 2006, precisamente 70 anos após a sua chegada ao Tarrafal [3].

Referências