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Kenitiro Suguio

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Kenitiro Suguio
Conhecido(a) por autoridade em geologia sedimentar no Brasil
Nascimento 6 de novembro de 1937
Duartina, SP
Morte 26 de maio de 2021 (83 anos)
São Paulo, SP
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo
Prêmios Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (1998)[1]
Orientador(es)(as) Setembrino Petri
Instituições Universidade de São Paulo
Campo(s) Geologia
Tese Contribuição à Geologia da Bacia de Taubaté, Vale do Paraíba, Estado de São Paulo (1968)

Kenitiro Suguio (杉尾憲一郎) (Duartina, 6 de novembro de 1937São Paulo, 26 de maio de 2021) foi um geólogo, pesquisador e professor universitário brasileiro.

Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, era professor emérito da Universidade de São Paulo, autoridade em geologia sedimentar e autor de vários livros de referência do gênero no Brasil.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em 1937 na cidade de Duartina, no interior de São Paulo, onde passou parte da infância, era filho de Ihatiro Suguio, originário da província de Miyazaki e de Kuni Suguio, da província de Yamagata.[2] Passava o tempo pescando, jogando futebol na rua, indo ao cinema e praticando de gincanas organizadas pelo pai, que foi presidente da associação da comunidade japonesa em Duartina e vizinhanças.[2] Foi com o pai que aprendeu a falar e a escrever japonês.[2]

Depois de completar os estudos básicos em Duartina, precisou mudar-se para a cidade de São Paulo para prosseguir estudando.[2] No Colégio Estadual Presidente Rooosevelt ele cursou o ensino noturno, concluindo o curso científico, que hoje equivale ao ensino médio. Por quase dois anos frequentou o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro, na arma de Artilharia, promovido a aspirante a oficial em 1958. Por volta dessa época, fez cursos noturnos preparatórios para o vestibular em engenharia.[2]

Enquanto se preparava ingressar no ensino superior, teve vários empregos e estudou em uma instituição para jovens da comunidade japonesa que não tinha recursos para estudar, mantida pelo escritor e professor Koichi Kishimoto.[2] Em 1959, passou no vestibular para geologia na Universidade de São Paulo (USP), agraciado com uma bolsa da Petrobras e obtendo o título de bacharel em geologia em 1962.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Em março de 1963, começou a trabalhar na Petrobras, junto à região de produção do nordeste, em Maceió, até o final de 1965. A convite do professor Setembrino Petri, ingressou na área acadêmica no curso de Geologia na USP.[2][3] Em 1968, obteve o doutorado direto em ciência e foi promovido a professor assistente. Fez dois estágios de pós-doutorado no Japão em 1970, como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na primeira metade de 1970 estagiou no Instituto de Pesquisas Oceanográficas da Universidade de Tóquio e no segundo semestre do mesmo ano acompanhou pesquisas na Seção de Combustíveis Fósseis do Serviço Geológico do Japão.[2]

Em 1973, apresentou tese de livre-docência, intitulada Formação Bauru - calcários e sedimentos detríticos associados, sendo promovido a professor adjunto do Instituto de Geociências da USP.[2][3] Ministrou disciplinas na graduação, na pós-graduação, orientando mestrandos, doutorandos e alunos de iniciação científica. Foi autor e colaborador de mais de cem artigos científicos, tendo dez livros publicados na área de ciências da terra e geologia sedimentar, além de livros sobre o meio ambiente.[2][4]

Aposentadoria e legado[editar | editar código-fonte]

Em 1996, Kenitiro se aposentou da universidade, depois de 31 anos, com uma bolsa DCR (Desenvolvimento Científico Regional) do CNPq entre 1999 a 2000.[5][4] Sendo um dos cientistas mais experientes do Brasil, ele foi agraciado com vários prêmios e comendas.[2] É membro da Academia Brasileira de Ciências desde 1990. Ganhou o Prêmio Jabuti de 1993, da Câmara Brasileira do Livro na área de Ciências Naturais e Medicina pelo livro Dicionário de Geologia Marinha.[3] Recebeu a Comenda Nacional da Ordem Nacional do Mérito Científico do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em 1998 no Palácio do Planalto.[4] Era professor emérito do Instituto de Geociências, desde 2003.[2][3][5][4]

Morte[editar | editar código-fonte]

Kenitiro morreu em 26 de maio de 2021, em São Paulo, aos 83 anos, por complicações desencadeadas pela Covid-19.[6][7] O velório ocorreu no Cemitério do Morumby.[6]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

Lista parcial.

  • A Evolução Geológica da Terra: e a Fragilidade da Vida (2010)
  • Dicionário de Geologia Sedimentar e Áreas Afins
  • Geologia do Quaternário e Mudanças Ambientais (2010)
  • Geologia Sedimentar (2003)
  • Água (2006)
  • Introdução à Sedimentologia (1973)

Referências

  1. «Ordem Nacional do Mérito Científico - Agraciados». Canal Ciência. Consultado em 16 de março de 2021 
  2. a b c d e f g h i j k l m «Breve Biografia de Kenitiro Suguio». Japão100. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  3. a b c d «Kenitiro Suguio». Editora Blucher. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  4. a b c d «Kenitiro Suguio». Biblioteca Virtual da FAPESP. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  5. a b «Comemoração especial». Nikkey Shimbun. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  6. a b «Falecimento do prof. Kenitiro Suguio». Bunkyo. Consultado em 20 de junho de 2021 
  7. «Os inumeráveis da USP (Edição 516)». Jornal do Campus. Consultado em 20 de junho de 2021