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Kirey

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Kirey foi uma empresa brasileira fabricante de eletroeletrônicos nos anos 90. A empresa que era instalada na Zona Franca de Manaus, na Amazônia, era subsidiária da multinacional japonesa de eletrônicos Sanyo do Brasil.

A proposta da empresa era competir com a produção e/ou importação de produtos menos sofisticados para obter um preço inferior aos de marca, incluindo da própria Sanyo, ao consumidor final. Na época a estratégia era concorrer diretamente com as empresas populares como CCE, Philco, Facit (Sharp), Emerson, entre outras que incomodavam as gigantes do setor devido o alto crescimento atendendo um mercado mais popular.[1]

O foco da Kirey era a produção de televisores em cores, videocassetes, radio-gravadores, rádio-relógios e walk-man. O conceito era fabricar produtos mais simples para um mercado popular. Na época o Brasil vinha de um cenário de instabilidade econômica e forte inflação. [2]

A Kirey[editar | editar código-fonte]

A "Kirey" foi lançada ao mercado oficialmente em 1994. Seu nome significa "bonito" em japonês, país de origem da matriz de sua controladora na época, a Sanyo. No ano de lançamento, a empresa anunciou que investiria US$ 1 milhão (dólares) em publicidade da marca.

Os produtos da marca eram básicos, com design singelo. Alguns televisores, por exemplo, tinham espaço para dois alto-falantes, porém em apenas um dos espaços havia o equipamento instalado, dando aparência de ter 2 speakers de som Estéreo, mesmo o áudio sendo Mono, por uma simples estética. A vantagem era ter preços mais vantajosos em relação as grandes marcas da época como Gradiente, Sony, Cineral, Sharp, Semp Toshiba, JVC, Daewoo, Hitachi, Philips, Philco, Mitsubishi, entre outras.

O principal concorrente da Kirey era a CCE que além de produzir produtos populares, conseguia sofisticar algumas linhas como equipamentos de áudio conjugados do tipo 3-em-1, 2-em-1, e outros eletrônicos portáteis. Além disso, a CCE já importava tecnologia da japonesa Kenwood com o objetivo de concorrer com a Gradiente e Polyvox, mesmo não possuindo qualidade a vantagem da CCE era o preço em relação ao conjunto do produto, o que afetava diretamente os concorrentes populares. Entre os anos 80 e 90, o Brasil também possuía muitas lojas e revendedores, formais e informais, de produtos e eletrônicos (videocassetes, rádios-relógios, televisores, aparelhos de som) importados do Paraguay introduzindo outro tipo de concorrentes ao mercado nacional trazendo marcas como Pioneer, GoldStar, Zenith, Roadstar e Casio. Fator impulsionado pela Reserva de Mercado (entre anos 80 e fim nos anos 90) e devido aos preços muito inferiores praticados no país vizinho. [3]

A marca Kirey foi extinta do mercado de maneira sútil entre os anos 2000.

Em 2009, a matriz da Panasonic no Japão anunciou a compra da Sanyo e suas marcas por US$ 4,6 bilhões, assim, a Sanyo é extinta e passa a usar somente a marca Panasonic com exceção da linha de pilhas e baterias que manteve o nome Eneloop. Na época da aquisição, a Sanyo era a 2° maior fornecedora mundial de pilhas e baterias principalmente para eletrônicos.[4]

Referências

  1. Fernandes, Fátima (4 de abril de 1994). «Sanyo lança marca Kirey». Folha de S. Paulo. Consultado em 16 de maio de 2017 
  2. Costa, Diogo (22 de janeiro de 2015). «Apontamentos sobre a inflação no Brasil entre 1994 e 2014». Jornal GGN. Consultado em 16 de maio de 2017 
  3. «25 produtos que a gente "importava" do Paraguai nos anos 80 e 90 - BOL Fotos - BOL Fotos». noticias.bol.uol.com.br. Consultado em 19 de maio de 2017 
  4. «Panasonic compra Sanyo porque precisa de pilhas - Gizmodo Brasil». gizmodo.uol.com.br. Consultado em 16 de maio de 2017