Massacres do Natal de 2008

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Na imagem a seguir em azul claro mostra as áreas não afetadas pelos ataque. Já em Azul Escuro, simboliza os locais que realmente ocorreram os ataques

Os massacres de Natal ocorreram de 24 a 27 de dezembro de 2008, quando o Exército de Resistência do Senhor, um grupo rebelde de Uganda, atacou várias aldeias no distrito de Haut-Uele, República Democrática do Congo.[1][2][3]

Ataques[editar | editar código-fonte]

Os ataques do Exército de Resistência do Senhor seguiram o início de uma operação militar conjunta em 14 de dezembro, liderada pelo exército de Uganda com o apoio dos exércitos congolês, sul-sudanês e da República Centro-Africana. O exército de Uganda atacou a sede do Exército de Resistência do Senhor no Parque nacional de Garamba, no Congo, perto da fronteira com o Sudão.

Após esse ataque, o Exército de Resistência do Senhor se dispersou em vários grupos, cada um dos quais tendo como alvo civis ao longo de seu caminho. Os rebeldes realizaram o mais devastador de seus ataques a partir de 24 de dezembro, esperando até que as pessoas se reunissem para as festividades de Natal, cercando-as e matando-as esmagando seus crânios com machados, machetes e grandes bastões de madeira.[4]

Relatos da mídia indicaram que mais de 620 pessoas foram mortas,[5] muitas delas esquartejadas,[6] decapitadas,[7] ou queimadas vivas em suas casas.[7] Várias pessoas tiveram seus lábios cortados como um "aviso para não falar mal dos rebeldes",[8] e duas meninas de três anos sofreram graves ferimentos no pescoço quando os rebeldes tentaram torcer suas cabeças.[4]

Relatou-se que mais de 20.000 pessoas foram deslocadas pelos ataques [3][8][9] e pelo menos 20 crianças foram sequestradas pelo Exército de Resistência do Senhor.[9][10] O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou que cerca de 225 pessoas, incluindo 160 crianças, podem ter sido sequestradas e mais de 80 mulheres estupradas.[3]

Segundo a Human Rights Watch, "as táticas semelhantes e os ataques quase simultâneos indicam que esta foi uma operação planejada para abater e aterrorizar o maior número possível de civis".[4] O Exército de Resistência do Senhor negou a responsabilidade pelos ataques; um porta-voz do grupo sugeriu que os desertores do Exército de Resistência do Senhor que ingressaram no exército de Uganda podem ter sido os responsáveis.[8]

Referências

  1. Agence France-Presse (3 de janeiro de 2009). "Massacre by Ugandan rebels in DR Congo threatens region: EU".
  2. Kennedy, Elizabeth A. (31 de dezembro de 2008). "Aid group: 400 dead in eastern Congo massacres". The Associated Press.
  3. a b c United Nations High Commissioner for Refugees (6 de janeiro de 2009). "UNHCR visits Congolese towns attacked by Lord's Resistance Army".
  4. a b c Human Rights Watch (17 de janeiro de 2009). DR Congo: LRA Slaughters 620 in ‘Christmas Massacres’.
  5. «DR Congo: LRA Slaughters 620 in 'Christmas Massacres'». Human Rights Watch (em inglês). 17 de janeiro de 2009 
  6. BBC News (29 de dezembro de 2008). "Ugandan LRA 'in church massacre'".
  7. a b Agence France-Presse (30 de dezembro de 2008). "Ugandan rebels kill 400 in DR Congo: charity ".
  8. a b c BBC News (30 de dezembro de 2008). "Christmas massacres 'killed 400'".
  9. a b CNN (30 de dezembro de 2008). "Congo groups: 400 massacred on Christmas day".
  10. Rice, Xan (29 de dezembro de 2008). "Nearly 200 killed as rebel militia raids villages in Congo". guardian.co.uk.