Natalia Timerman

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Natalia Timerman
Natalia Timerman
Natalia Timerman em 2020
Nascimento 10 de fevereiro de 1981 (43 anos)
São Paulo, São Paulo, Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater
Ocupação Escritora, crítica literária, psiquiatra e psicoterapeuta
Gênero literário Ficção e não ficção
Magnum opus
  • Copo vazio (2021)
  • As pequenas chances (2023)
Instituições Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário

Natalia Timerman (São Paulo, 10 de fevereiro de 1981) é uma médica psiquiatra, psicoterapeuta, crítica literária, pesquisadora e escritora brasileira.

Possui graduação em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), mestrado em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em escrita pelo Instituto Vera Cruz (Formação de Escritores). Trabalhou como psiquiatra no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário por mais de uma década. É colunista da UNIVERSA, no UOL, e colaboradora da revista Quatro Cinco Um e da revista CULT, entre outros veículos.[1]

Foi indicada na categoria Contos para o 62.º Prêmio Jabuti, como uma das dez finalistas, com sua coletânea Rachaduras, publicada pela editora Quelônio.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida na capital paulista, em 1981, Natalia ingressou no curso de medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em 2000. Graduada em 2005, entre 2006 e 2008 realizou residência médica e em 2014 defendeu mestrado em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).[2][3]

Entre os anos de 2015 e 2017, cursou a especialização em Formação de Escritores (núcleo de ficção), do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. Atende em consultório particular como psiquiatra e psicoterapeuta.[4]

Natalia dá aulas de literatura em cursos livres como no Espaço CULT e no Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), entre outros.[5][6] Trabalha como colunista do UOL desde 2021, tendo escrito no canal Glamurama[7] e mantendo atualmente uma coluna semanal na UNIVERSA. Também é colaboradora da revista Quatro Cinco Um como resenhista de livros e publica em outros veículos, como a revista CULT.[8][9]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Seu livro de estreia foi Desterros, elogiado por humanizar o sistema carcerário de São Paulo. A obra trouxe ao público a vivência de funcionários e detentos que passaram pelo Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário.[10] A autora relata os desafios e dificuldades de tratar os problemas psiquiátricos das pessoas encarceradas. Também aborda a experiência da maternidade no cárcere e os efeitos que o ambiente prisional tem sobre os bebês.[11]

Seu segundo livro é uma coletânea de contos de ficção, Rachaduras, obra finalista do 62.º Prêmio Jabuti, publicada pela editora Quelônio. No livro, a autora observa a cidade e as neuroses cotidianas no ambiente urbano, tendo a própria capital paulista como uma das protagonistas. Para Natalia, a ficção fornece meios que permitem ao autor alcançar a complexidade do mundo real.[3][12][13]

Muitos dos temas trabalhados pela autora em Rachaduras também lidam com a maternidade e as contradições de ser mãe. Sua própria experiência com a maternidade, sendo mãe de duas crianças, acabou servindo de matéria-prima para os contos da coletânea. Natalia também publicou antologias, poemas, contos e ensaios em diversas revistas e sites literários.[14][15][16]

Em 2021, publicou o seu primeiro romance pela editora Todavia, Copo Vazio[17], um dos mais vendidos de 2021, livro que trabalha com a dificuldade de estabelecer relacionamentos afetivos verdadeiros na era de aplicativos e redes sociais.[18] O livro se encontra em reimpressão.[19][20] Copo Vazio foi considerado pela revista Quatro Cinco Um como um dos melhores de 2021.[21]

Em 2022, publicou, ao lado da psicanalista Bel Tatit, Os óculos de Lucas, seu primeiro livro de literatura infantil pelo selo Brinque-Book, com ilustrações de Veridiana Scarpelli. A obra também entrou na lista de melhores livros da revista Quatro Cinco Um, em 2022.[22] Em 2023, publicou seu segundo romance, As pequenas chances, pela editora Todavia. A obra tem inspiração autobiográfica e foi inspirada na experiência da autora com a morte do pai, o médico infectologista[23] e escritor Artur Timerman[24], o luto vivido e sua relação com o judaísmo.[25][26][27]

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • Desterros (2017), editora Elefante;
  • Rachaduras (2019), editora Quelônio;
  • Copo vazio (2021), editora Todavia;
  • Os óculos de Lucas (2022), selo Brinque-Book;
  • As pequenas chances (2023), editora Todavia.

Referências

  1. a b Fabiane Secches (ed.). «Copo vazio: uma conversa com a psiquiatra e escritora Natalia Timerman». Revista Cult. Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  2. Timerman, Natalia (2014). A liberdade segundo sua privação: (im)possibilidades do homem num hospital penitenciário (PDF) (Tese). São Paulo: Universidade de São Paulo (USP). Consultado em 30 de outubro de 2020 
  3. a b Mateus Baldi (ed.). «Contos da psiquiatra Natalia Timerman tratam das neuroses cotidianas». Estadão. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  4. Natalia Timerman (ed.). «Uma mulher em movimento». Desha. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  5. «Literatura e Psicanálise: A construção das memórias nos romances de Chico Buarque – 2021». Centro de Estudos psicanalíticos. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  6. «Página principal». Centro de Estudos psicanalíticos. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  7. «Colunistas: Natalia Timerman». Glamurama. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  8. «Colaboradores: Natalia Timerman». Universa. Consultado em 25 de junho de 2023 
  9. «Colaboradores: Natalia Timerman». Cult. Consultado em 25 de junho de 2023 
  10. «Guilhotina #45 – Natalia Timerman». Le Monde diplomatique. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  11. Bruno Zeni (ed.). «Desterros». Editora Elefante. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  12. «Rachaduras - Natalia Timerman». editora Quelônio. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  13. Natalia Timerman (ed.). «Karl Ove Knausgård: 'Você só pode ser honesto até certo ponto'». O Globo. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  14. José Nunes (ed.). «Como escreve Natalia Timerman». Com Eu Escrevo. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  15. «A nova aparição de Elena Ferrante». Revista Cult. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  16. Rodrigo Casarin (ed.). «Cartas de amor em meio ao caos - papo com Henrique Rodrigues». Splash UOL. Consultado em 25 de junho de 2023 
  17. Júlia Corrêa (ed.). «'Somos insuficientes desde que nascemos', afirma Natalia Timerman, autora de 'Copo Vazio'». Estadão. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  18. «equilibrista, poema de Natalia Timerman». Revista Gueto. Consultado em 30 de outubro de 2020 
  19. Luiza Sahd (ed.). «'Copo vazio': livro retrata nossa geração de analfabetos emocionais». Tab UOL. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  20. Francesca Cricelli (ed.). «Afetos perturbadores». Quatro Cinco Um. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  21. Redação (ed.). «Os melhores livros de 2021». Quatro Cinco Um. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  22. Paula Carvalho (ed.). «Um novo olhar». Quatro Cinco Um. Consultado em 13 de agosto de 2023 
  23. Carolina Melo, ed. (24 de maio de 2016). «Uma breve história da aids no Brasil». Veja. Consultado em 13 de agosto de 2023 
  24. «SVS lamenta falecimento de Artur Timerman». Ministério da Saúde. 4 de março de 2019. Consultado em 13 de agosto de 2023 
  25. «Os Melhores Livros de 2022». Quatro Cinco Um. Consultado em 13 de agosto de 2023 
  26. Camila Appel (ed.). «Despedidas do pai». Quatro Cinco Um. Consultado em 13 de agosto de 2023 
  27. Fabiane Secches (ed.). «A ficção que estrutura a vida». Revista Claudia. Consultado em 13 de agosto de 2023