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HIV e Saúde mental[editar código-fonte]

Pacientes com transtornos psicológicos são mais vulneráveis a serem infectados com HIV.[1] Portadores de HIV tem altos índices de depressão maior, alcoolismo e tendência ao suicídio.[2] Em outro estudo também identificaram correlação com transtornos de ansiedade, transtornos sexuais e abuso de substâncias.[3]

Um antirretroviral ITRNN muito usado no mundo, o Efavirenz, também tem como possível efeito colateral transtornos neuropsiquiátricos crônicos, principalmente na forma de transtornos de ansiedade e de sono.[4]

A revelação do diagnóstico de HIV positivo é considerado um evento muito estressante e com impacto em várias áreas da vida do portador, de modo semelhante a outras doenças que ameaçam a vida.[5] A maioria dos portadores reagiu ao diagnóstico como um evento traumatizante, porém conseguiram lidar com a situação sem muitos problemas psicossociais. Os portadores que desenvolveram transtornos psicológicos beneficiaram de psicoterapia de longo prazo, principalmente da terapia interpessoal em conjunto com remédios psiquiátricos.[6] A Terapia cognitivo-comportamental também demonstrou ser uma intervenção benéfica e aumentar a adesão ao tratamento.[7]

Mesmo com o desenvolvimento da terapia antirretroviral altamente eficaz (HAART) a não-adesão ao tratamento ainda é frequente. É recomendado que os profissionais de saúde trabalhem em equipe, desenvolvendo programas específicos para lidar com essa demanda e dediquem mais tempo e atenção aos pacientes com dificuldade de adesão para evitar o desenvolvimento de AIDS e doenças oportunistas nesses pacientes.[8]

Investigação[editar código-fonte]

Os cientistas acreditam que o desenvolvimento da edição do genoma humano usando CRISPR pode, eventualmente, resultar em uma nova abordagem para combater as infecções virais e tumores cancerosos, fazendo a edição de gene nas células T do sistema imunológico em laboratório antes de colocá-las de volta no paciente para protege-lo contra uma ampla gama de doenças, de diabetes ao HIV e cancer. Pesquisadores foram capazes de converter a proteína CXCR4 na superfície das células T, de modo que as células geneticamente modificadas não eram mais propensas a ataques pelo vírus HIV.[9].

Mitos comuns a respeito do HIV[editar código-fonte]

Desenvolvimento do HIV em uma célula imune humana infectada.
  • "AIDS e HIV são a mesma coisa" - O HIV é um vírus que pode levar ao desenvolvimento da AIDS, que ocorre quando o sistema imune fica comprometido pela ação do vírus. Alguns tipos de doenças oportunistas do HIV podem estar presentes em uma pessoa que possa ser diagnosticada como tendo AIDS. Uma pessoa pode estar infectada por anos sem ter desenvolvido a AIDS. Alguém que seja HIV positivo pode não ter AIDS.
  • "O HIV afeta apenas homossexuais e usuários de drogas" - O HIV pode afetar qualquer um. Bebês, mulheres, idosos, adolescentes, e pessoas de qualquer etnia, classe social e país podem contrair o HIV. Alguns religiosos disseram e ainda dizem que a AIDS é uma punição divina aos homossexuais ou a promiscuidade, porém se isso fosse verdade não deveriam haver contaminados pela mãe durante o nascimento, em transplantes de órgãos, por doação de sangue ou ferimentos.
  • "Homossexuais, prostitutas e usuários de drogas são os grupos de risco" - O termo grupos de risco é evitado atualmente por razões éticas, para não estigmatizar este ou aquele grupo, e também para que as pessoas fora do grupo de risco mantenham-se cautelosas. Prefere-se usar o termo comportamento de risco (como não usar preservativo, manter sexo com mais de um parceiro(a), compartilhar seringas). Apesar disso a ONU faz referência a uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV por algumas populações como profissionais do sexo e seus clientes, população carcerária e homens que fazem sexo com homens.[10][11] Ainda segundo a ONU, em 2008, os jovens eram os mais vulneráveis já que representavam 45% do total de novas infecções.[12] No Brasil, entre os homens infectados 20,1% são homossexuais e 11,5% bissexuais, mas a maioria dos infectados são heterossexuais. Dentre os infectados, segundo dados do SUS de 2009, cerca de 37,5% eram mulheres.[13] O mesmo ocorre na maioria dos outros países.[11]
  • "Não há risco para duas pessoas já infectadas ao ter sexo sem proteção" - Há anos a reinfecção por HIV (ou superinfecção como é às vezes chamada) tem sido vista como a consequência de relações sexuais sem proteção entre pessoas infectadas pelo HIV. A reinfecção ocorre quando uma pessoa com HIV infecta-se pela segunda vez ao ter uma relação sexual sem proteção com outra pessoa que também tem o HIV. A reinfecção tem sido demonstrada em estudos laboratoriais, bem como em modelos animais. Por anos, as provas de que isso poderia acontecer em situações da vida real tem sido difíceis de serem obtidas, mas uma evidência recente tem emergido em estudos de casos humanos que confirmou que a reinfecção pelo HIV pode ocorrer e pode ser muito problemática para pessoas com o HIV.
  • "Pessoas acima dos 50 anos não contraem HIV" - Pessoas acima dos 50 anos podem contrair HIV. O número de pessoas acima dos 50 diagnosticadas com infecção pelo HIV está aumentando. Em geral, pessoas mais velhas tendem a desenvolver deficiência imunológica mais rápido que os adultos mais jovens.
  • "Uma mulher HIV positivo não pode dar à luz um bebê saudável" - o HIV é às vezes transmitido da mãe para o bebê no útero, mas nem sempre. O risco é pelo menos de 20 a 30% para a transmissão materno-fetal do HIV. O parto por cesárea e a ingestão de medicamentos antiretrovirais durante a gravidez pode reduzir as chances de a mãe passar a infecção para o bebê; Quando esses tratamentos estão disponíveis e a futura mãe é diagnosticada o mais cedo possível, apenas cerca de 2% das mães HIV-positivas que estão prestes a dar à luz, terão filhos infectados. As infecções podem ocorrer também através do leite materno sendo recomendado usar aleitamento artificial para evitar que isso ocorra. No Brasil o substituto de leite materno em pó está disponível gratuitamente em alguns hospitais da rede pública.
  • "Uma única pessoa identificada trouxe o HIV para a América do Norte" - Ver verbete Paciente Zero.
  • A expectativa de vida de vida de uma portador de HIV é de alguns anos - Sem tratamento a expectativa média é de 9 a 11 anos[14]. E caso só seja detectada quando o quadro de AIDS já está instalado e não for feito o tratamento adequado, a expectativa é de apenas 6 a 19 meses[15]. Mas com o avanço dos retrovirais a expectativa aumentou para 20-50 anos.[15] É possível que seja maior pois o HIV só começou a ser estudado mais intensamente por volta de 1985 e a terapia antirretroviral eficaz só chegou ao Brasil por volta de 1996. Como vários laboratórios do mundo estão procurando novos tratamentos é provável que a expectativa aumente cada vez mais e tenha cada vez menos efeitos colaterais[16].
  • Picada de mosquito transmite HIV? - Não há relatos conhecidos de infecção por mosquitos no mundo.{{carece de fontes}}
  • Beijo transmite HIV - Existe um risco teórico, porém é quase nulo. Não há nenhum caso confirmado de infecção pelo beijo no mundo. Mesmo em pacientes com AIDS (carga viral média acima de 100.000) e com doenças na cavidade oral menos de 1/3 tinham vestígios do vírus na boca. Em um paciente seguindo o tratamento retro-viral corretamente (carga viral menor que 100) é tão improvável que em 2009 o ministério da saúde brasileiro começou uma campanha contra esse preconceito. Existem 10 substâncias na saliva que destroem o vírus.[17]
  • Quem tem HIV pegou fazendo sexo desprotegido - Provavelmente pela forte campanha de prevenção focalizada no uso da camisinha muita gente pense isso. Mas não necessariamente, até 1996, nem todo sangue ou órgão era examinado corretamente antes da transfusão. Além disso, até 2000 menos da metade das mães faziam todos os exames pré-natal indicados e tanto complicações durante a gestação, durante o parto ou no leite podem transmitir o HIV. Mesmo quem foi contaminado sexualmente pode ter sido vítima de estupro (a violência do ato aumenta o risco de transmissão) ou pode ter sido contaminado antes das campanhas de conscientização terem se popularizado nos anos 90.
  • Quem tem HIV é mais vulnerável a infecções oportunistas - Com o tratamento antirretroviral (TARV) é possível o portador ter uma vida perfeitamente saudável, sem qualquer sintomas nem efeitos colaterais e com um sistema imunológico normal. E a quantidade do vírus geralmente fica centenas de milhares de vezes menor que o de um paciente com AIDS. Caso o paciente tome os remédios corretamente ele não tem nenhuma restrição.
  • Depois de beber não se deve ingerir os medicamentos antirretrovirais - O álcool faz mal por diversos outros motivos, então é bom evitar para não desgastar o organismo e a saúde, porém ele não interage medicamentosamente com a maioria dos tratamentos antirretrovirais. Portanto mesmo após consumir álcool deve-se ingerir os medicamentos normalmente! Uma exceção é a interação com o efavirenz que tem seus possíveis efeitos colaterais como depressão, insonia e dor de cabeça potencializados pelo álcool.
  • Assim que a pessoa descobrir que é portador ela deve começar o tratamento - Apenas caso os sintomas da AIDS já tenham aparecido. Mas caso feitos antes dos sintomas podem demorar anos antes de começar o tratamento. O tratamento só começa quando a imunidade está seriamente comprometida. Existem alguns casos de pacientes que foram contaminados há mais de 12 anos e ainda não precisaram tomar o antirretroviral mas geralmente leva de 4 a 7 anos desde a infecção inicial.
  1. F Cournos, M Empfield, E Horwath, K McKinnon, I Meyer, H Schrage, C Currie and B Agosin. HIV seroprevalence among patients admitted to two psychiatric hospitals Am J Psychiatry 1991; 148:1225-1230 Copyright © 1991 by American Psychiatric Association
  2. Kelly B; Raphael B; Judd F; Perdices M; Kernutt G; Burrows GD; Burnett PC; Dunne M. Psychiatric disorder in HIV infection. Aust N Z J Psychiatry;32(3):441-53, 1998 Jun.
  3. GR Brown, JR Rundell, SE McManis, SN Kendall, R Zachary and L Temoshok. Prevalence of psychiatric disorders in early stages of HIV infection Psychosomatic Medicine, Vol 54, Issue 5 588-601, Copyright © 1992 by American Psychosomatic Society
  4. T.A. Rihs; K. Begley; D.E. Smith; J. Sarangapany; A. Callaghan; M. Kelly; J.J. Post; J. Gold. Efavirenz and Chronic Neuropsychiatric Symptoms: a Cross-sectional Case Control Study Posted: 01/31/2007; HIV Medicine. 2006;7(8):544-548. © 2006 Blackwell Publishing. Disponível em (24/02/2010): http://www.medscape.com/viewarticle/550461
  5. C Gala, A Pergami, J Catalan, F Durbano, M Musicco, M Riccio, T Baldeweg and G Invernizzi. The psychosocial impact of HIV infection in gay men, drug users and heterosexuals. Controlled investigation The British Journal of Psychiatry 163: 651-659 (1993)© 1993 The Royal College of Psychiatrists. Disponível em: http://bjp.rcpsych.org/cgi/content/abstract/163/5/651
  6. Weinel E. Long-term psychotherapy of HIV patients - indications and experiences.Int Conf AIDS. 1990 Jun 20-23; 6: 186 (abstract no. S.B.402). Disponível em: http://gateway.nlm.nih.gov/MeetingAbstracts/ma?f=102196209.html
  7. Hans-Joumlrg Znoj e col. Psychotherapeutic process of cognitive-behavioral intervention in HIV-infected persons: Results from a controlled, randomized prospective clinical trial 2008 Impact Factor of 1.579 (2009 Thomson Reuters, 2008 Journal Citation Reports)
  8. COLOMBRINI, Maria Rosa Ceccato; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes and FIGUEIREDO, Rosely Moralez de. Adesão à terapia antiretroviral para HIV/AIDS. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2006, vol.40, n.4 [cited 2010-02-24], pp. 576-581 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342006000400018&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0080-6234. doi: 10.1590/S0080-62342006000400018.
  9. «Breakthrough announced in 'editing' DNA to fight off deadly illness». Consultado em 30 de julho de 2015 
  10. Nações Unidas - Brasil. A ONU e a Resposta à AIDS no Brasil.[1] Acessado em 13 de janeiro de 2010
  11. a b UNAIDS. Relatório global sobre a epidemia de AIDS 2009 – Sumário geral.[2] Acessado em 13 de janeiro de 2010.
  12. Rádio das Nações Unidas. Jovens são maior grupo de risco do HIV, diz ONU. [3] Acessado em 13 de janeiro de 2010.
  13. http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2010/45974/boletim_dst_aids_2010_pdf_19557.pdf
  14. UNAIDS, WHO (December 2007). "2007 AIDS epidemic update" (PDF). http://data.unaids.org/pub/EPISlides/2007/2007_epiupdate_en.pdf. Retrieved 2008-03-12.
  15. a b Zwahlen M, Egger M (2006) (PDF). Progression and mortality of untreated HIV-positive individuals living in resource-limited settings: update of literature review and evidence synthesis. UNAIDS Obligation HQ/05/422204. http://data.unaids.org/pub/Periodical/2006/zwahlen_unaids_hq_05_422204_2007_en.pdf. Retrieved 2008-03-19.
  16. Antiretroviral Therapy Cohort Collaboration (2008). "Life expectancy of individuals on combination antiretroviral therapy in high-income countries: a collaborative analysis of 14 cohort studies". Lancet 372 (9635): 293–9.
  17. S. H. Kazmi, J. R. Naglik, S. P. Sweet, R. W. Evans, S. O'Shea, J. E. Banatvala, and S. J. Challacombe; Comparison of Human Immunodeficiency Virus Type 1-Specific Inhibitory Activities in Saliva and Other Human Mucosal Fluids; Clin. Vaccine Immunol., October 1, 2006; 13(10): 1111 - 1118.