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Yamina Méchakra

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Yamina Méchakra
Nascimento 9 de novembro de 1941
Meskiana, Argélia
Morte 15 de maio de 2013
Argel, Argélia
Nacionalidade Argelina
Ocupação Escritora, psiquiatra

Yamina Méchakra (Meskiana, Argélia, 1949 - 15 de maio de 2013) foi uma escritora e psiquiatra argelina.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Início de vida[editar | editar código-fonte]

Méchakra nasceu em 1949 em Meskiana, no norte de Aurés. Aos nove anos de idade começou a escrever e a tomar notas num "livro de registo" que cresceu com o tempo. Alguns acontecimentos marcaram profundamente a sua juventude: o seu pai foi torturado pelos franceses durante a Guerra de Independência de Argélia à frente dos seus olhos, exposto na rua e preso ao canhão de um tanque.[2][3] Pouco mais sabe-se da sua vida, ainda que Kateb Yacine tenha escrito no prefacio do seu livro que teve uma "vida cruel e problemática".[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Méchakra começou a escrever a sua primeira novela em 1973, enquanto estudava psiquiatria na Universidade de Argel.[5] A sua tese universitária em literatura foi dedicada a Apuleyo de Madaura. Em Argel, conheceu Kateb Yacine antes da sua partida para Roma e Paris. Yamina Méchakra seguiu o estilo de Yachine por escrito, pessoa que lhe deu conselhos e ampla orientação. Precisou de escrever três vezes o seu primeiro livro La Grotte éclatée de modo a conseguir terminá-lo, e o publicou em 1979. Yamina Mechakra argumentou que as mulheres eram a fonte da nação e a fundação de um estado independente. Referindo-se à rainha berber conhecida como La Kahina, Kateb Yacine titulou o seu prefácio da novela como "Os meninos de Kahina".

Apesar de continuar a escrever durante os anos seguintes não publicou mais nenhuma obra, relatando a um jornalista que tinha perdido os seus manuscritos. Em 1997, quando tratou de um menino como psiquiatra, inspirou-se na escritura da sua segunda novela, Arris, que se publicou em 1999. Yamina Mechakra foi também uma autora comprometida que apoiou a importância de uma revolução cultural na Argélia no processo de descolonização.

Morte[editar | editar código-fonte]

Yamina Méchakra morreu em Argel a 19 de maio de 2013, à idade de 64 anos, após uma doença prolongada. A 20 de maio de 2013, celebrou-se um monumento em sua honra no Palácio da Cultura e foi enterrada no mesmo dia, no cemitério de Sidi Yahia.[6]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Yamina Mechakra». The New Oxford Companion to Literature in French. doi:10.1093/oi/authority.20110803100146186 
  2. «Women Warriors and the Search for Identity in Post-colonial Algeria: La Grotte éclatée by Yamina Mechakra». Phoebe. 14. Consultado em 17 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 18 de abril de 2016 
  3. The Eloquence of Silence: Algerian Women in Question. [S.l.: s.n.] 2014. ISBN 9781134713370  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  4. Of suffocated hearts and tortured souls : seeking subjecthood through madness in francophone women's writing of Africa and the Caribbean. Lanham: [s.n.] 2003. ISBN 9780739105634  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  5. Calle-Gruber, Mireille; Didier, Béatrice (2015). Le Dictionnaire universel des créatrices. [S.l.: s.n.] ISBN 9782721006516  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  6. «Décès de la romancière algérienne Yamina Mechakra à l'âge de 64 ans» (em francés)