Carlos Rodrigues Brandão

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Carlos Rodrigues Brandão (Rio de Janeiro, 14 de abril de 1940 - Campinas, 11 de julho de 2023) foi um escritor e professor brasileiro.[1]

Brandão, como era carinhosamente conhecido, viveu na cidade do Rio de Janeiro até os 25 anos, quando graduou-se em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1965. Em 1974 concluiu o mestrado em antropologia pela Universidade de Brasília e em 1980 doutorou-se em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (1980).[2] Livre-docente em antropologia do simbolismo pela Universidade Estadual de Campinas em 1988. Foi fellow do St. Edmunds College da Universidade de Cambridge em 1989.[3] Realizou pós-doutorado na Universidade de Perugia e na Universidade de Santiago de Compostela entre os anos de 1991 e 1992.

Entre os anos de 1968 e 1975 foi professor na Universidade Federal de Goiás (UFG) atuando pelo departamento que deu origem à Faculdade de Ciências Sociais (FCS).[4] Foi professor permanente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entre os anos de 1976 até 1997 no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).[5] Mesmo aposentado, continuou trabalhando como professor colaborador nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia e do Doutorado em Ciências Sociais da Unicamp, além de professor visitante na Universidade de São Paulo (USP), a de Uberaba, a Federal de Goiás (UFG), a Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Tem uma produção de mais de 100 livros publicados nas áreas da Antropologia, Educação, Arte e Meio Ambiente, além de ser autor também de livros infantis, contos e poesias. Entre os livros mais conhecidos, há "O que é educação", que faz parte da Coleção Primeiros Passos, livros de bolso famosos nas décadas de 1970 e 1980 publicados pela Editora Brasiliense. É uma obra que se tornou clássica e muito utilizada até hoje nos cursos de licenciatura (formação de professores) em todo o Brasil.

O autor também é conhecido por uma frase que erroneamente foi atribuída ao educador Paulo Freire: “A educação não muda o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas mudam o mundo.” Essa mensagem foi publicada no livro Paulo Freire, educar para transformar: fotobiografia.[6]

Em 2023 lutava contra a leucemia quando contraiu a Covid-19 fragilizando ainda mais a sua saúde, não resistindo e falecendo.[7] Deixou a mulher, Maria Alice, goiana com que se casara em 1966, uma filha (Luciana), um filho (André), dois netos e uma neta.[8] Foi sepultado no Cemitério Parque Nossa Senhora da Conceição (Amarais) em Campinas.

Amizade com Paulo Freire[editar | editar código-fonte]

Foi colega de Paulo Freire na Unicamp, quando o patrono da Educação do Brasil retornou do exílio em 1980. Na universidade eles se conheceram, trabalharam e viajaram juntos.

"Vim a conhecê-lo pessoalmente em 1980, quando ele voltou do exílio ao Brasil e nós nos tornamos aí companheiros, ao vivo e a cores, na Unicamp. Eu no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e ele na Faculdade de Educação. Amigos nos tornamos. Desde sala de aula, até longas viagens. A primeira viagem que ele fez quando voltou foi comigo"[9]

Prêmios e títulos acadêmicos[editar | editar código-fonte]

Título Instituição Ano
Professor emérito Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 2015
Doutor Honoris Causa[10] Universidade Federal de Goiás 2010
Doutor Honoris Causa Universidade Federal de Uberlândia 2008
Medalha Roquette Pinto Associação Brasileira de Antropologia 2006
Prêmio Alceu Amoroso Lima - Poesia e Liberdade Universidade Cândido Mendes 2006
Comendador do Mérito Científico Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) 1998
Medalha Dom Helder Câmara Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Doutor Honoris Causa Universidad Nacional de Lujan (Argentina)
Professor emérito Universidade Federal de Uberlândia

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Carlos Rodrigues Brandão, uma referência para a Educação Integral». Centro de Referências em Educação Integral. Consultado em 29 de abril de 2024 
  2. «Morre o professor emérito Carlos Rodrigues Brandão». Unicamp. 12 de julho de 2023. Consultado em 28 de abril de 2024 
  3. «Falecimento do professor Carlos Rodrigues Brandão | Núcleo de Memória». nucleodememoria.vrac.puc-rio.br. Consultado em 29 de abril de 2024 
  4. «Morre professor Carlos Rodrigues Brandão, referência das Ciências Sociais e ex-professor do ICHL/UFG». Faculdade de Ciências Sociais. Consultado em 28 de abril de 2024 
  5. «Carlos Rodrigues Brandão | EDUFU - Editora da Universidade Federal de Uberlândia». edufu.ufu.br. Consultado em 28 de abril de 2024 
  6. «Morre professor Carlos Rodrigues Brandão, referência das Ciências Sociais e ex-professor do ICHL/UFG». Faculdade de Ciências Sociais. Consultado em 29 de abril de 2024 
  7. Woortmann, Ellen F. (5 de dezembro de 2023). «Carlos Rodrigues Brandão (in memoriam)». Anuário Antropológico (v.48 n.3). ISSN 0102-4302. doi:10.4000/aa.11474. Consultado em 29 de abril de 2024 
  8. «Carlos Rodrigues Brandão, uma referência para a Educação Integral». Centro de Referências em Educação Integral. Consultado em 29 de abril de 2024 
  9. «Morre aos 83 anos o professor Carlos Rodrigues Brandão, amigo e seguidor de Paulo Freire». G1. 12 de julho de 2023. Consultado em 29 de abril de 2024 
  10. «Professor Carlos Brandão recebe título de Doutor Honoris Causa». UFG - Universidade Federal de Goiás. Consultado em 29 de abril de 2024