Paulo Sawaya

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Paulo Sawaya
Conhecido(a) por pioneiro das ciências biológicas no Brasil
Nascimento 11 de setembro de 1903
Carmo do Rio Claro, Minas Gerais, Brasil
Morte 29 de outubro de 1995 (92 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo
Prêmios
Instituições Universidade de São Paulo
Campo(s) Fisiologia

Paulo Sawaya (Carmo do Rio Claro, 11 de setembro de 1903São Paulo, 29 de outubro de 1995) foi um médico, pesquisador e professor universitário brasileiro.

Pioneiro das ciências biológicas, pode ser considerado um dos criadores da moderna fisiologia no Brasil, em especial na área de biologia marinha, tendo supervisionado a implantação de polos de pesquisa em diferentes estados do país.

Grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, livre-docente da recém-fundada Universidade de São Paulo e membro associado da Academia Brasileira de Ciências, estabeleceu e assumiu a cátedra de Fisiologia Geral e Animal da USP, em 1937, e participou da criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em 1948.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Paulo nasceu na cidade de Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais, em 1903. Era descendente de libaneses que se instalaram na região em 1890, mudando-se com a família para São Paulo quando tinha 13 anos. Era pai do arquiteto, Sylvio Barros Sawaya, professor da Universidade de São Paulo. Casou-se ainda jovem, tendo um filho e após se tornar viúvo, casou-se novamente com uma de suas alunas, Sonia Camargo Barros, de pai português e cuja mãe pertencia a uma tradicional família paulistana. Juntos eles tiveram nove filhos.[1]

Paulo ingressou no curso de medicina da recém-fundada Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Enquanto ainda era estudante, lecionou História Natural no Ginásio Oswaldo Cruz em 1928. Em 1934, já era professor de zoologia no curso pré-médico da Faculdade de Medicina quando se tornou assistente da Cadeira de Zoologia. Substituiu o professor Ernst Bresslau falecido em 1935, até a contratação do professor Ernst Marcus.[2]

Prestou concurso para a Cátedra de Fisiologia Geral e Animal em 1939 e em 1941 nomeou Erasmo Garcia Mendes como seu primeiro assistente. Em 1945, Paulo e seus assistentes levaram um grupo de alunos à Ilha das Palmas, onde ficava o Instituto de Pesca de Santos, para o primeiro curso de Biologia Marinha e tal feito marcou o início dos estudos de fisiologia em laboratório permanente, à beira-mar, que oferecesse possibilidades de pesquisa marinha.[2]

Em 14 de fevereiro de 1955, a Fundação Instituto de Biologia Marinha foi criada e instalada em terreno localizado a cerca de 6 km ao sul do centro da cidade de São Sebastião, doado por Paulo Sawaya. Foi um dos responsáveis pela obtenção de recursos junto à Fundação Rockefeller para as áreas científica e educacional no Brasil. Participou da criação da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, da qual foi presidente honorário até sua morte. Autor de mais de trezentos e cinquenta trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior, foi sócio-fundador da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), tendo sido seu primeiro secretário-geral, em 1948.[3]

Foi nomeado vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da USP em 1946. Em 1958 assumiu a diretoria da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da mesma Universidade, e em 1970 passou a dirigir o Instituto de Biociências ainda da USP. Foi professor da Zoologia da faculdade de Filosofia "Barão de Mauá", em Ribeirão Preto e diretor da Faculdade de filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro.[3][4]

Foi agraciado com a Ordem das Palmas Académicas do Ministério da Educação da França, em 1962, tornou-se doutour Honoris Causae das universidades federais da Bahia e do Rio de Janeiro, em 1974. Dois anos depois recebeu o título de Professor Emérito da USP e, em 1994, foi admitido à Ordem Nacional de Mérito Científico, na classe de Grã-Cruz.[3]

Morte[editar | editar código-fonte]

Paulo morreu em 29 de outubro de 1995, na sua casa, aos 92 anos, cercado pela família.[3]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rosselli, Daniela (2017). Um caminho na arquitetura paulista: observação de casas projetadas pelo arquiteto Sylvio Barros Sawaya (Tese). São Paulo: Universidade São Judas Tadeu. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  2. a b «Cadeira de Fisiologia Geral e Animal». Instituto de Biociências da USP. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  3. a b c d «Pronunciamento de Romeu Tuma em 08/11/1995». Senado Federal. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  4. «Paulo Sawaya (1903-1995)». Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Consultado em 19 de fevereiro de 2021