Vache I Mamicônio
Vache I Mamicônio | |
---|---|
Etnia | Armênio |
Progenitores | Pai: Artavasdes I |
Ocupação | General |
Religião | Catolicismo |
Vache I Mamicônio (em armênio/arménio: Վաչե Մամիկոնյան) foi um asparapetes (comandante-em-chefe) do Reino da Armênia e líder da família Mamicônio.[1]
Nome[editar | editar código-fonte]
O nome Vache (Vačʻē) tem origem iraniana e é uma abreviação dos nomes relacionados Vachaque (Վաչակ, Vachak) e Vachagã (Վաչագան, Vačʻagan).[2] Em sua forma longa, deriva do persa médio waččag, que significa "jovem, criança, novato filhote".[3]
Vida[editar | editar código-fonte]
Vache era filho de Artavasdes I, o mais antigo membro conhecido da família Mamicônio, que foi asparapetes por volta de 300.[1] O rei Cosroes III (r. 330–339) confiou-lhe com a missão de acabar com a guerra feudal que opôs as famílias Manavázio e Ordúnio. Belicoso, Vache realizou a tarefa e exterminou as duas casas rivais.[4] Em seguida, com ajuda do general romano Antíoco, repeliu a invasão de Sanatruces e debelou a rebelião de Bacúrio, vitaxa de Arzanena; Sanatruces e Bacúrio foram apoiados pelo Império Sassânida,[5] obrigando o rei e o católico Vertanes I, o Parto (r. 327/333–341/342) a se refugiarem na fortaleza de Terua.[6]
Os Besnúnios, outra família nobre, traíram a Armênia em favor da Pérsia, e lançaram uma invasão ao lago Vã. Cosroes III, em seguida, liderou o exército do reino com dois de seus generais, Vache e Baanes I Amatúnio, para repelir os persas e punir a família traiçoeira, que foi exterminada. Pouco depois, o exército armênio sofreu séria derrota na qual Vache foi morto.[7]
Posteridade[editar | editar código-fonte]
Segundo Cyril Toumanoff, Vache foi pai de:[8]
- Artavasdes ou Artavasdes II, asparapetes morto em 350, que o sucedeu;
- Uma princesa casada com Arsabero I Camsaracano;
- Outra princesa, casada com Antíoco II, príncipe de Siunique.
Além destes três filhos, Christian Settipani acrescenta um hipotético príncipe Artaxes, pai de Manuel Mamicônio.[1]
Referências
- ↑ a b c Settipani 2006, p. 131-132; 309.
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 418.
- ↑ Grousset 1947, p. 129.
- ↑ Syvanne 2015, p. 305.
- ↑ Grousset 1947, p. 130.
- ↑ Grousset 1947, p. 129; 132.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 329.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վաչէ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians] (in Armenian). Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Grousset, René (1947). História da Armênia das origens à 1071. Paris: Payot
- Settipani, Christian (2006). Continuidade das elites em Bizâncio durante a idade das trevas. Os príncipes caucasianos do império dos séculos VI ao IX. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Syvanne, Ilkka (2015). Military History of Late Rome 284-361. Barnsley, Reino Unido: Pen and Sword. ISBN 1473871840
- Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila