Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Escultura dos Sete Povos das Missões

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Nossa Senhora da Conceição, acervo do Museu Júlio de Castilhos. Note-se os traços indígenas na face e nos cabelos longos e lisos.
Nossa Senhora da Conceição, acervo do Museu Júlio de Castilhos. Note-se os traços indígenas na face e nos cabelos longos e lisos.

A escultura dos Sete Povos das Missões representa um dos legados mais substanciais e valiosos a sobreviverem da cultura dos Sete Povos das Missões, um grupo de reduções jesuíticas fundadas no atual estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Na época posse da Espanha, os Sete Povos foram exemplos típicos do modelo missionário desenvolvido pelos jesuítas na América: uma comunidade indígena fixada em um povoado mais ou menos auto-suficiente, e administrado pelos padres da Companhia de Jesus, com o auxílio dos nativos. O sucesso das reduções foi enorme, sendo um projeto social, cultural, político, econômico e urbanístico avançado para seu tempo e lugar. A participação dos índios não se conseguiu sem dificuldades, mas milhares acabaram realmente vivendo nessas reduções voluntariamente, sendo convertidos ao Catolicismo e aculturados para as formas e maneiras da vida europeia, produzindo inclusive grandes quantidades de arte, sempre sob supervisão dos jesuítas.

Essa produção, onde a escultura aparecia em destaque, foi orientada, naturalmente, para modelos estéticos europeus, e surgiu com o propósito básico de fornecer um auxílio visual à catequese do indígena, no processo de evangelização organizado pelos missionários do Novo Mundo. Incorporando uma multiplicidade de correntes estilísticas, com um predomínio de formas barrocas, e onde se infundiu em alguma medida também o gosto do nativo, essas obras revelam características únicas que as definem como uma escola regional individualizada. (leia mais...)