Discussão:Filosofia clínica

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Último comentário: 24 de abril de 2019 de Felipe da Fonseca no tópico ANFIC

Olá amigo Gunnex, tudo bem? Queria conversar sobre a edição efetuada na página da Filosofia Clínica. Você inseriu nela o seguinte texto, sobre a justificativa que aparentemente Packter não teria inventado a Filosofia Clínica:

"Filosofia clínica é uma proposta de utilização terapêutica da filosofia. O termo (em alemão: klinische Philosophie, em francês: philosophie clinique, em inglês: clinical philosophy) foi cunhado pelo psicólogo e filósofo alemão Hilarion Petzold[nota 1] em 1971[1][2] e faz parte de conceitos de diversos outras pessoas, entre outros do filósofo japonês Kiyokazu Washida[3][nota 2], do cientista norte-americano James Elliott[4] e do psicanalista e filósofo brasileiro Lúcio Packter."

No entanto, por mais que os termos "filosofia clínica" sejam os mesmos nas citações por você efetuadas, ainda assim foi Packter que definiu e sistematizou (e assim criou) essa corrente em específico, denominada de Filosofia Clínica, sem haver ligação alguma com os outros movimentos anteriores que utilizavam-se deste mesmo nome. Ele, conforme você vai encontrar se pesquisar afundo a filosofia clínica, baseava-se exclusivamente em uma experiência com a Philosophische Praxis ou Philosophical counseling, criada por Gerd Achenbach, em Colônia, Alemanha, em 1981, a partir da concepção epicurista de filosofia como "terapia da alma". Assim, por mais que os termos "filosofia clínica" sejam os mesmos, ainda assim eles não fazem alusão alguma ao movimento filosófico de Packter. Conforme exposto por ele mesmo no Seminário Anual (Semana de Estudos de 2011) o termo Filosofia Clínica foi escolhida em alusão a uma pesquisa que este efetuou sobre os trabalhos medicinais na Grécia antiga. Para você entender por que ele é considerado o criador da filosofia clínica darei um exemplo com trechos da resposta tirada de "Cadernos de Perguntas e Respostas de Filosofia Clínica", os quais você pode facilmente encontrar na internet e no qual ele fala um pouco sobre como elaborou todo o processo que mais tarde ele viria a chamar de Filosofia Clínica:

"O que eu fiz foi o seguinte: primeiro me certifiquei que por mais que eu soubesse a respeito de qualquer coisa e a respeito de todas as coisas - eu jamais saberia o suficiente para saber às vezes até o necessário. Fora de um critério absoluto e lógico acho que não há defesa para isso. Depois, percebi a insistência de muitas escolas que procuram entender e responder as questões humanas, a quase todas as questões humanas, como se fossem donas de um saber sagrado. Bobagem. Achei que uma alternativa a essa mutilação do saber seria tomar o entendimento dessas escolas, arregimentar todo esse conhecimento e então me acalmar para não achar que isso fosse o bastante para explicar todas as coisas... porque simplesmente não é. Ao invés de unificar tudo isso em um corpo fechado, fiz o contrário. Coloquei todas essas partes em diálogo entre elas. Primeiro entre elas. Assim descobri que para algumas pessoas os dados axiológicos são determinantes, para outras os dados epistemológicos, para outras a opinião que têm de si mesmas etc e etc e etc... e descobri que tais coisas também podem se misturar de milhares de maneiras. Às vezes amigáveis, às vezes amistosas e ao mesmo tempo desconfiadas, às vezes em choques convulsivos, e fui cada vez mais me convencendo da futilidade que é achar que um modo de pensamento, uma escola, um método seria melhor ou mais eficiente, a priori, claro, que algum outro... Nesta parte dos meus estudos senti muito medo. Medo mesmo, de dar vontade de desistir. Fui respirar numa pequena praia ao norte de Portugal, Praia do Sol, eu acho que era o nome. Peguei o trem em Lisboa e subi até a cidade do Porto. Sei que precisava ficar uns dias de folga em alguma pousada, bebendo todo o vinho que pudesse e curtindo o mar até voltar imensamente para o sensorial. Tinha passado semanas naquela biblioteca dinossaura de Madrid estudando com toda a sede do mundo atrás de algumas respostas...! Bom, meu medo era exatamente aquela coisa do ceticismo nominalista. Será que todo o meu trabalho iria por água abaixo simplesmente por ter esbarrado no relativismo? Será, meu Deus? Se fosse isso, a minha idéia era me tornar pescador e viver mais ou menos como um velho pelo resto da vida.

Bom, acho que a vida é assim mesmo. Só sei que um dia estava caminhando na praia e meu pensamento foi me levando até os escritos de Aristóteles sobre o estudo do ser, que coisa! As categorias! As velhas e boas e maravilhosas e amadas categorias! Me deu uma alegria... e voltei para a pousada correndo para devorar a Crítica da Razão Pura. É claro que Kant não usa as categorias do mesmo jeito que Aristóteles, como eu também acabei não usando como eles, mas, meu Deus do céu(!), eu tinha encontrado minha resposta. Olhem só como é simples: se uma pessoa tem valores que são importantes, esses valores deixam de ser ilusórios e ganham todo o assoalho do mundo se forem localizados em seus vínculos de historicidade, circunstâncias geográficas, sensoriais, temáticas etc etc etc. Então comecei a pesquisar de que maneira as categorias aristotélico-kantianas, que é como eu passei a chamar, poderiam fazer isso. Em menos de um ano, eu já sabia como!

Tem outra coisa importante também. Eu precisaria agora agrupar dados da experiência humana, ordenadamente, ordenadamente - claro, sistematizando tudo isso para poder pesquisar, porque de outra maneira eu acabaria maluco. Eu tinha muitos dados e precisava agora dar uma organização geral a eles, sintetizar tudo, estruturar. Levei um bom tempo até chegar à EP como ela é hoje. Imaginem a loucura que é colocar racionalismo, empirismo, analítica de linguagem, religião, misticismos a mil, estruturalismo, ciência e tudo o mais em uma disposição em que o diálogo entre eles fosse possível! Naquela época eu pensava que se chegasse num boteco de intelectuais e contasse que estava tentando fazer algo assim o pessoal imaginaria que tipo de droga nova eu andaria tomando. Mas eu agora estava feliz demais para tomar qualquer porcaria de droga. Aos poucos, fui construindo a teoria. Primeiro imaginei como colocar certas invenções humanas sobre o mundo, as cosmogonias mais estranhas e de todas as naturezas, lado a lado. E lá fui eu colocar: tópico 1, Como o Mundo Parece. Em seguida, precisava juntar as milhões de informações, pareceres e outros dados que as pessoas têm delas mesmas em um outro tópico: tópico 2, O que Acha de Si Mesmo. Ao mesmo tempo tinha que ter muitos cuidados, muitos, muitos. Olhem só: um tópico não poderia excluir o outro, porque afinal a mesma informação poderia pertencer a mais de uma escola de pensamento, ainda que fosse diferente em cada uma delas. Entendem? Uma escola chamaria de X o que a outra chamaria de Y, e eu tinha que entender o fenômeno independente do nome que tivesse. Ah, mas tudo bem! Uma mesma informação então poderia estar ao mesmo tempo no tópico 1 e no tópico 2. Outras vezes, não poderia. Este esquematismo tinha que levar em conta que qualquer tipo de relação entre os tópicos é possível, qualquer mesmo. Foi tranqüilo constatar que desde a mútua exclusão até a união mais super bonder do mundo. Mais outra coisa: o fato de eu nomear um tópico tipo 'Como o Mundo Parece' tinha que deixar a informação que o preenchesse livre para transitar em qualquer outro tópico, em qualquer outra escola de pensamento... não poderia ficar ali numa ilha, sem comunicação, a não ser que fosse exatamente o caso. Quero dizer pra vocês que embora não pareça, né, ao menos à primeira vista, não há qualquer hierarquia, primazia, preferência, ordem de complexidade ou de qualquer outra natureza entre os tópicos. Para mim, o tópico 1 poderia ser trocado com o 5, o 10, ou qualquer outro. Porque o importante é a relação entre eles e os pesos subjetivos. Mais tarde isso mudou, mas no fundo a ordem não chega a causar dor a ninguém. Só o que eu fiz foi colocar os tópicos da Matemática Simbólica no final, mais nada. Se vocês prestarem atenção aos tópicos vão notar que há um chamado Dados de Matemática Simbólica, um tópico cuja função é receber novos tópicos que vão surgindo conforme o homem vai evoluindo. Entendem isso, pessoal? A EP não está fechada e acabada, ela está aberta e receptiva, conforme o caso. E, ufa!, então um tópico nomeado como Religiosidade pode estar presente ou não na EP, e isso não importa. O que importa é que o conteúdo de um tópico... assim, as manifestações religiosas, se houver na pessoa, o importante é que apareçam na EP, independente do nome que possam ter. Então, se vocês quiserem chamar um tópico como Pré-Juízos de "verdades; suposições; indicativos", o nome não me interessa, desde que o conteúdo apareça, entendem? Outro exemplo que quero passar é quanto a Autogenia. Ora, poderia ser qualquer nome que sugerisse o estudo entre os tópicos, das relações tópicas entre elas. Eu fui lá na química buscar o nome, mas imagino que na física e na biologia também encontraria outros que seriam adequados. Então, pessoal, ainda que a gente não tenha um tópico com o nome de Religiosidade, se isso existir na pessoa, aparecerá mesmo que sobre outra denominação. Resumindo tudo isso, cada filósofo neste mundo provavelmente nomearia de uma maneira, e eu nomeei à minha.

Outra questão é que você pode verificar e conseguir mais dados junto à ANFIC, Associação Nacional de Filósofos Clínicos, uma associação de classe que tem associados mais de 6 mil filósofos clínicos já formados no país. Não se pode desmerecer ou alterar um conteúdo destes assim apenas por citações de "termos semelhantes". Assim amigo, gostaria de pedir desculpas por desfazer as alterações efetuadas por você na página da filosofia clínica e me colocar à disposição para conversarmos. Quem sabe abrir uma discussão, não sei. Apenas acho que o diálogo pode levar à melhorias da Wiki. Um abraço e obrigado pela atenção em ler esse longo texto.comentário não assinado de Sendtko (discussão • contrib) 11h20min de 20 de abril de 2012‎ (UTC) Gilberto Sendtko (discussão) 14h19min de 20 de abril de 2012 (UTC)Responder

Desculpe, mas Citação: obrigado pela pela atenção em ler esse longo texto não li --> só registrei - dando uma passada superficial rápida - WP:NPI/WP:V tipo Citação: ainda assim foi Packter que definiu e sistematizou (e assim criou). Aparentemente está tentando difundir um conceito de uma pessoa desconhecida na Wikipédia (e eventualmente lá fora), o do Packter. Sugiro começar por este e só depois pensar em outros artigos relacionados (e eventualmente redundantes porque 1. os "conceitos" de Packter devem constar na biografia, 2. não apresentam notoriedade enciclopédica). Aliás, técnicamente também é possível dividir o artigo Filosofia clínica em seções tipo "Conceito de Petzold", "Conceito de Washida" etc., seguido por uma breve introdução e descrição legível e compreensível (e não aquela onda de texto desordenado e - desculpe - papo furado sem fontes) que NINGUÉM vai ler. --Gunnex msg contrib 16h53min de 20 de abril de 2012 (UTC)Responder

ANFIC[editar código-fonte]

Contribuindo com a discussão: em que pese eu acreditar que o termo correto seria Aconselhamento Filosófico, do qual Filosofia Prática poderia ser uma espécie (v. página em inglês), aqui está assim traduzido e não é para esta discussão que gostaria de contribuir, mas para a tal " ANFIC, Associação Nacional de Filósofos Clínicos". Esta não é uma associação de classe (filósofos clínicos ou aconselhadores filosóficos ou etc,), mas uma associação dos formados e autorizados pelo método Packter. O criador do método, portanto, mantém os direitos de formação (familiares por exemplo são professores), e portanto o poder total sobre a associação. P.ex. alguém que aplique o método muito mais antigos dos americanos ou alemães, não poderá se associar à ANFIC. Corretissima a decisão de manter o método Packter como um entre muitos. Na verdade, dever-se-ia diminuir ainda mais suas posição no artigo. --Felipe da Fonseca (discussão) 21h30min de 24 de abril de 2019 (UTC)Responder