Monarquia absoluta

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Monarquia absoluta ou absolutista, que se opõe à monarquia tradicional e à monarquia constitucional, é, segundo a definição clássica, a forma de governo monárquico ou monarquia na qual o monarca ou rei exerce o poder absoluto, isto é, independente e superior ao poder de outros órgãos do Estado. O monarca está acima de todos os outros poderes e concentra em si os três poderes do constitucionalismo moderno - legislativo, executivo e judiciário.

Algumas monarquias têm legislaturas fracas ou simbólicas e outros órgãos governamentais que o monarca pode alterar ou dissolver à vontade. Países onde o monarca mantém poder absoluto são Brunei, Catar, Omã, Arábia Saudita, Essuatíni, Emirados Árabes Unidos (dentro da esfera de poder regional) e a Cidade do Vaticano (o Papa, no entanto, é eleito).

História[editar | editar código-fonte]

Salman da Arábia Saudita.

Luís XIV da França (1638-1715) teria proclamou "L'état, c'est moi" ("O Estado sou eu!"). Embora muitas vezes criticado por suas extravagâncias, como o Palácio de Versalhes, reinou sobre a França por um longo período, e alguns historiadores consideram-no um monarca absoluto de sucesso. Mais recentemente, os historiadores revisionistas têm questionado se o reinado Luís deve ser considerado "absoluto", dada a realidade do equilíbrio de poder entre o monarca e da nobreza.

Esse tipo de governo foi muito comum na Europa ocidental entre o século XVII e meados do século XIX. Entre a segunda metade do século XVI e o início do século XVII, na maioria das nações europeias o absolutismo foi fortalecido pelo desenvolvimento da teoria do "direito divino dos reis".

Em Portugal, enquanto reino, apesar da crescente concentração do poder nas mãos dos reis até ao aparecimento da monarquia constitucional, há divergências entre autores se realmente houve um Absolutismo português. Alguns consideram que a Revolução de Avis no século XIV deu início à Monarquia Absoluta, a qual verdadeiramente se consolidou no século XV.

A Inglaterra foi uma monarquia absoluta a partir de Henrique VIII até à Revolução Gloriosa (1688). Na Ásia, tem-se como exemplo de monarquia absolutista o antigo Império Otomano e o Império Japonês.

Algumas formas de monarquias absolutistas ainda sobrevivem nos dias de hoje, nomeadamente no mundo árabe.

Monarquias absolutas na atualidade[editar | editar código-fonte]

Reino Monarca Início Duração Sucessão Ref
 Brunei Darussalam S.M. Sultão Hassanal Bolkiah 5 de outubro de 1967 56 anos, 6 meses e 29 dias Hereditário
 Sultanato de Omã SM Sultão Haitham bin Tariq Al Said 11 de janeiro de 2020 4 anos, 3 meses e 23 dias Hereditário
 Estado do Catar SA Emir Tamim bin Hamad 25 de junho de 2013 10 anos, 10 meses e 9 dias Hereditário
 Reino da Arábia Saudita SM Rei Salman bin Abdul‘aziz 23 de janeiro de 2015 9 anos, 3 meses e 11 dias Hereditário e eletivo
 Reino do Essuatíni SM Rei Mswati III 25 de abril de 1986 38 anos e 9 dias Hereditário e eletivo
 Estado da Cidade do Vaticano SS Papa Francisco 13 de março de 2013 11 anos, 1 mês e 21 dias Conclave
 Emirados Árabes Unidos SA Presidente Maomé bin Zayed Al Nahyan 14 de maio de 2022 1 ano, 11 meses e 20 dias Hereditário e eletivo

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Luís XIV, um exemplo de monarca absolutista, teve o reinado mais longo da história da Europa.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Anderson, Perry. Lineages of the Absolutist State. Londres: Verso, 1974.
  • Kimmel, Michael S. Absolutism and Its Discontents: State and Society in Seventeenth-Century France and England. New Brunswick, NJ: Transaction Books, 1988.
  • Méttam, Roger. Power and Faction in Louis XIV's France. Nova Iorque: Blackwell Publishers, 1988.
  • Miller, John (ed.). Absolutism in Seventeenth Century Europe. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 1990.
  • Wilson, Peter H. Absolutism in Central Europe. Nova Iorque: Routledge, 2000.
  • Zmora, Hillay. Monarchy, Aristocracy, and the State in Europe - 1300-1800. Nova Iorque: Routledge, 2001
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